terça-feira, 31 de março de 2020

A Estrela Rutilante e o Painel do Oriente


A Estrela Flamígera ou Rutilante é uma figura cujo simbolismo é explicado no Grau de Companheiro. Ela colocada pela primeira vez nos rituais em 1875, junto com o sol e a lua e estrelas, formando o painel do Oriente. 1875 – No ritual do 1º Grau está descrito da seguinte forma: “o oriente é ornado com os emblemas do sol e da lua, sobre os quais haverá uma estrela rutilante, de forma
triangular, tudo em campo encarnado ou azul conforme o rito, semeado de estrelas dispostas em triângulo”. Segundo o Ritual do 2º Grau, ela é não só o emblema do gênio, que leva o homem à prática das grandes ações, mas também o símbolo do fogo sagrado. Nos ritos maçônicos o gênio é mais uma prova da superioridade do Espírito a dominar a Matéria. No Rito Moderno é o reconhecimento do Poder da Mente. As três Luzes que estão pintadas ou bordadas na parede o oriente formam o Delta Luminoso da Loja. Delta luminoso – é conjunto dos astros do retábulo. Eles estão colocados em forma de um triangulo, por isto forma um Delta. Este Delta são os elementos da criação por isto é identificado do como Deus. Deus também está representado na letra G, que se referem à Geometria. Assim G é o início e o fim da obra – Eu sou o Alfa e o Ômega. Em relação ao trabalho a Estrela que representa o início do trabalho é a Estrela Matutina que conhecemos com a Estrela D’alva, pois, ela aparece brilhante no inicio do dia. Ela representa o Venerável Mestre nos Ritos de origem francesa. No encerramento do Trabalho está presente a Estrela Vespertina que também é a Estrela D’alva. Surgindo na Terra como astro mais brilhante antes do inicio do dia e da noite, tem assim uma presença marcante do planeta no céu. É usada como um dos símbolos luminosos que formam o Delta luminoso no ritual. A Estrela traz a letra G nos ritos dos sistemas franceses com o simbolismo de geração, criação, identificado com o nome de Deus. Ritual 1922 - Companheiro VEN.·. —- Contemplai esta estrela misteriosa (apontando para a, estrela flamígera) e nunca a afasteis- do vosso espírito. Ela é não só o emblema do gênio, que leva o homem à prática das grandes ações, mas também o símbolo do fogo sagrado com que nos dotou o Gr.·. Arq.·. do Univ.·. e sob cujos raios devemos discernir, amar e praticar a verdade, a justiça e a equidade. O Delta, que vedes tão resplandecente de luz, vos oferece duas grandes verdades e duas idéias sublimes. — Vedes o nome de Deus, que é fonte de todos os conhecimentos humanos; ele se explica simbolicamente pela geometria. Essa ciência tem por base essencial o estudo aprofundado, aplicações infinitas do triângulo sob o seu verdadeiro emblema. Todas estas verdades gradualmente se desenvolverão aos vossos olhos à medida dos progressos que fizerdes em nossa Sublime Ordem. Catecismo VEN — Por que a Estrela Flamejante é de cinco pontas, Ir.·.2.° Vig.·.? 2." VIG.'. — Para figurar os quatros membros do homem e a cabeça, que os governa. Esta, como centro das faculdades intelectuais, domina o quaternário dos elementos ou da matéria. Assim, a Estrela Flamejante é, mais particularmente, emblema do poder da vontade realizadora. VEN. — Que lugar ocupa a Estrela Flamejante em relação ao Sol e à Lua? 2.° VIG. — Está colocada entre esses corpos, de maneira a, com eles, formar um triângulo. VEN — Por que? 2.VIG.— Porque a Estrela Flamejante irradia a luz do Sol e da Lua, afirmando que a inteligência e a compreensão procedem, igualmente da Razão e da Imaginação. Ritual do 1º Grau – Aprendiz: 1898 – Na parede do fundo, no Oriente, em um painel são pintados ou bordados os astros do dia e da noite (sol e lua), ficando este ao norte e aquele ao sul e bem assim a estrela rutilante sobre um triângulo em fundo vermelho.
Ritual 1967 do 2º Grau – Companheiro Maçom VEN:. — Contemplai esta estrela misteriosa (apontando para a estrela Flamígera) e nunca a afasteis do vosso espírito. Ela é não só o emblema do gênio que leva o homem à prática das grandes ações, mas também o símbolo do fogo sagrado com que nos dotou o Gr.·. Arq.·. do Univ.·. e sob cujos raios devemos discernir, amar e praticar a verdade, a justiça e a equidade. O Delta, que vedes tão resplandecente de luz, vos oferece duas grandes verdades e duas idéias sublimes.  
A letra “Iod”, que é o mesmo que a letra G, traduz o nome do Criador incriado e auto-Divino, e também representa a Geometria, que é a Ciência da construção, fundamentada nas aplicações infinitas do triângulo. Todas estas verdades gradualmente se desenvolverão aos vossos olhos, à medida dos progressos que fizerdes em nossa Subl.·. Ord.·.. Nesta edição, o revisor trocou a palavra Deus por “Iod”. A décima letra do alfabeto hebraico é a primeira letra do tetragrama divino e simboliza a força criadora do universo. 
1971 – Ritual 1º Grau – Aprendiz: 
Na parede do fundo, no Oriente, em um painel são pintados ou bordados os astros do dia e da noite (sol e lua), ficando esta ao sul e aquele ao norte e bem assim a estrela rutilante sobre um triângulo em fundo dourado. Este painel fica bem em frente à porta de entrada e sob um dossel de damasco azul celeste com franjas de ouro, 
Ritual 1971 - Companheiro. VEN.·. (T) - Contemplai esta Estrela misteriosa (Aponta para a Estrela Flamígera que se encontra ao meio-dia) e nunca a afasteis do vosso espírito. - Ela é, não só o emblema do gênio que leva o homem à prática das grandes ações, mas, também, o símbolo do Fogo Sagrado com que nos dotou o Gr.·. Arq.·. do Univ.·., e sob cujos raios devemos discernir, amar e praticar a Verdade, a Justiça e a Equidade. O DELTA, que vedes tão resplandecente de Luz, vos oferece duas grandes verdades e duas idéias sublimes. - A letra- IOD — que é o mesmo que a letra G — traduz o nome do Criador Incriado e Auto-Divino, e também representa a - Geometria - que é a ciência da Construção fundamentada nas aplicações infinitas do Triângulo. 
1981 – Ritual do 1º Grau – Aprendiz: 
Na parede do fundo, no Oriente, em um painel, são representados os astros do dia e da noite (sol e lua), ficando o sol à esquerda do Venerável e a lua, em quarto crescente, à direita; entre eles o Delta luminoso em fundo dourado, tendo, abaixo, a Estrela Rutilante.  
1998 – Ritual do 1º Grau: 
Na parede do fundo, no Oriente, em um painel, são representados os astros do dia e da noite (Sol e Lua), ficando o Sol à direita do Venerável e a Lua, em quarto crescente, à esquerda do Venerável; entre eles, o Delta Luminoso em fundo dourado. Nas várias edições podemos ver que a Estrela Rutilante (flamejante) faz parte do Painel do Oriente até a edição de 1998, quando ela passou para o teto do Templo. Mesmo assim mal colocada, pois a figura relativa ao 2º Vigilante é o Sol. Quem observa o Sol é o 2º Vigilante. O ritual de 1898 inseriu a figura de uma abóbada azulada no teto do Templo com estrelas, formando um grande número de constelações. O Ritual de 1981 inseriu no teto um painel chamado “Abóbada Celeste”. Neste Ritual além da Estrela Rutilante no Painel do Oriente, coloca a Estrela de Cinco Pontas no teto sobre o lugar do 2º Vigilante. O Ritual de 1998 inseriu no título da Disposição e Decoração do Templo prevendo: pendente no Teto, no Meio-Dia, sobre o Altar do 2º Vigilante, estará uma Estrela de 5 pontas com a letra G no Cento.  No ritual do 2º Grau – Companheiro Maçom, o Venerável Mestre explica: “ Contemplai esta Estrela misteriosa (Aponta para a Estrela Flamígera que se encontra ao meio-dia) e nunca a afasteis do vosso espírito”. Assim a Estrela passou do Painel do Oriente para o teto do Templo. E com a letra “G” dos Modernos que passa a fazer parte das concepções dos Antigos. Da parede do Oriente a Estrela foi parar no teto, pois o Sol e a Lua também foram colocados no teto da Loja e ficou sobre o 2º Vigilante para atender o que prevê o ritual de 1898 “entre eles (sol e lua) está a Estrela Rutilante”. O Teto do Templo apareceu no ritual do Grande Oriente do Brasil em 1º de julho de 1898 com a edição do Ritual do Rito Escocês Antigo e Aceito. Dizia o texto do Ritual: o teto figura uma abóbada azulada, com estrelas formando um grande número de constelações. O Ritual de 1898 não fala da existência do sol, nem da lua, no teto, apenas estrelas formando constelações. A única Estrela que interessa ao simbolismo é a Estrela Rutilante, que deveria estar no Retábulo do Oriente. O Templo está configurado para os graus de Aprendiz e Companheiro. Assim algumas figuras não são explicadas no primeiro grau, tal como acontecia com a Estrela Rutilante que é uma figura do Segundo Grau. 
Através dos séculos, houve sempre a preferência por uma estrela de cinco pontas, como figura de astros de aparência menor do que a do Sol e da Lua. O planeta Vênus tem sido representado assim e, considerado uma “Estrela” matinal e vespertina, estrela da tarde, Estrela-Dalva, Estrela do Pastor, ensejou lendas mitológicas. A Estrela Rutilante, que era denominada Misteriosa, hoje é Flamígera e está no teto do Templo, está colocada entre o Sol e a Lua do mesmo modo que estava previsto no ritual: na parede do fundo, no Oriente, em um painel são pintados ou bordados os astros do dia e da noite (sol e lua), ficando este ao norte e aquele no sul e bem assim a Estela Rutilante sobre um triangulo em fundo vermelho. Para melhor compreensão se faz necessário transcrever o que previa o ritual anterior: o oriente é ornado com os emblemas do sol e da lua e sobre os quais haverá uma estrela rutilante, de forma triangular, tudo em campo encarnado ou azul, conforme o rito, semeado de estrelas dispostas em triângulo. Assim, existia a forma de um triângulo, tendo o sol e a lua com a estrela rutilante no meio e acima para forma a figura prevista. A forma de um Triangulo é o que define a letra grega delta. No painel do oriente existem três astros luminosos, por isto o Delta é Luminoso, então Delta Luminoso é o conjunto dos três astros. Na Idade Média, as Corporações que foram as criadoras do dia de trabalho de 12 horas, que tinham o seu inicio ao meio dia antigo, isto é hoje, seis horas da manhã, o horário da Estrela Matutina – 12 horas do dia era a 1ª hora do trabalho. A 6ª hora eram 12 horas de hoje, quando acontece o descanso dos Obreiros. A 11ª hora do trabalho indica o inicio do pagamento pelo que foi realizado durante o dia e na 12ª hora todos os obreiros eram despedidos, como diz os rituais “contentes e satisfeitos”. Isto é hoje seis horas da tarde, o momento em que novamente a Estrela Rutilante desponta no horizonte indicando que a lua irá nascer. Este é o Grande Mérito das corporações que foi transferido para a maçonaria, 12 horas de trabalho, uma conquista que ainda hoje com apenas 8 horas é repetimos em cada organização de trabalho. A localização dos símbolos, o sol, a lua e a estrela brilhante no Oriente são oriundas da época em que manuscritos como o Wilkinson Manuscript, em 1727, referiam exista de três luzes da Loja. Ela apesar de ser apresentada no primeiro grau apenas como uma luz, no grau de companheiro ela aparece com todas as características na Iniciação, o Rito Escocês que é oriundo da França, trazia em seu simbolismo a Estrela Misteriosa no retábulo. Em síntese, a Luz simbolizando o Mestre da Loja significa que é necessário o Mestre abrir a Loja, iluminá-la com sua sabedoria para que possam ver-se as Luzes do Sol e da Lua. Sem ele, esses de nada adiantam. Foram os procedimentos dos “antigos” que caracterizaram o simbolismo luminoso do Mestre da Loja. Inicialmente, usaram uma luz fraca atrás do Venerável. Seguiuse uma vela acesa. A seguir, uma lanterna na forma de estrela, acesa junto ao Mestre da Loja.  
No sistema francês a Jóia do Venerável Mestre era a Estrela Misteriosa que o Ritual do 2º Grau – Companheiro denominou depois Flamígera e que é uma estrela de cinco pontas. Está apresentada entre o Esquadro e o Compasso para simbolizar a maçonaria. Os aventais da época também trazem em seus desenhos a mesma figura do painel do Oriente, isto é, os astros do dia e da noite, tendo entre eles a estrela rutilante. Estes três astros formam um triângulo que é a forma da letra delta da língua grega. Esta disposição forma o Delta Luminoso. Diz a edição do ritual do 2º Grau – Companheiro de 1922: Vedes o nome de Deus, que é fonte de todos os conhecimentos humanos; ele se explica simbolicamente pela geometria. Essa ciência tem por base essencial o estudo aprofundado, aplicações infinitas do triângulo sob o seu verdadeiro emblema. A letra G traduz o nome do Criador Incriado e Auto-Divino, e também representa a - Geometria - que é a ciência da Construção fundamentada nas aplicações infinitas do Triângulo. Vênus é o astro que pode ser visto da Terra algumas horas antes da alvorada ou depois do ocaso. Apesar disso, quando ele está mais brilhante pode ser visto durante o dia, sendo um dos dois únicos corpos celestes que podem ser vistos tanto de dia como de noite (sendo o outro a Lua).  Vênus é normalmente conhecido como a estrela da manhã (Estrela d'Alva) ou estrela da tarde (vésper) ou ainda Estrela do Pastor. Quando visível no céu noturno, é o objeto mais brilhante do firmamento, além da Lua, devido ao seu grande brilho. Por este motivo, Vênus é o astro conhecido como o planeta desde os tempos pré-históricos. Seus movimentos no céu eram conhecidos pela maioria das antigas civilizações, adquirindo importância em quase todas as interpretações astrológicas do movimento planetário.  Vénus, diz Paul Le Cour, a estrela mais brilhante do céu (na verdade, um planeta), recebeu o nome de Vénus Lucífera quando precede o nascer do sol e o de Vénus Véspera quando aparece depois do pôr do sol. Da mesma forma, João Batista precedeu à vinda do Cristo solar e João, o Apóstolo, sobreviveu a ele. Esses são os dois aspectos de João. Porque a maçonaria cristã tem como patrono o João-Lúcifer, os maçons passaram a ser considerados adoradores de Satã, desconhecendo-se totalmente a verdadeira natureza daquele que leva a luz, o iniciador dos homens.  
Infelizmente, houve quase que uma permanente confusão entre Lúcifer, porta-luz antes da queda, e Satanás, resultado dessa queda;e houve quem, mesmo pertencendo à maçonaria desde antes da Revolução Francesa, se tornou sectário de Satanás enquanto pretendia ser discípulo de Lúcifer. 
Interessante observar que o próprio Jesus Cristo é a estrela da manhã que ilumina até o fim dos tempos toda escuridão (trevas), como em Apocalipse 22:16 onde está escrito: "Eu, Jesus, enviei o meu anjo. Ele atestou para vocês todas essas coisas a respeito das Igrejas. Eu sou a raiz e o descendente de Davi, sou a estrela radiosa da manhã". Assim como em II Pedro 1,19 que diz: "E temos, mui firme, a palavra dos profetas, à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma luz que alumina em lugar escuro, até que o dia amanheça, e a estrela D'alva apareça em vossos corações". 
Um dos documentos mais antigos que sobreviveram da biblioteca babilônica de Assurbanipal, datado de 1600 a.C., é um registro de 21 anos do aspecto de Vênus (que os primeiros babilônios chamaram de Nindaranna). Os antigos sumérios e babilônios chamaram Vênus «Dil-bat» ou «Dil-i-pat»; na cidade mesopotâmia de Akkad era a estrela da deusa-mãe Ishtar. Está registrado no item XXII, dos Regulamentos Gerais das Constituições de Anderson, de 1723, e com eles publicado, o dia que os maçons operativos do passado tinham escolhido para a reunião anual era o de São João Batista, em 24 de junho, ou, opcionalmente, no dia de São João Evangelista, em 27 de dezembro.  Os Regulamentos Gerais, aprovados, pela segunda vez, no dia de São João, 24 de junho de 1721, por ocasião da eleição do Príncipe João, Duque de Montagu, para Grão-Mestre preconiza no seu XXII: os Irmãos de todas as Lojas de Londres e Westminster e das imediações se reunirão em uma comunicação anual e festa, em algum lugar apropriado, no Dia de São João Batista, ou então no Dia de São João Evangelista, como a Grande Loja pensa fixar por um novo Regulamento, pois essa reunião ocorreu nos Anos passados no Dia de São João Batista. O Trabalho de uma Loja está calcado nos ensinamentos de São João Batista escrito por São João Evangelista. Deve ser entendido que São João, o Batista, mais do que um Santo, foi um lutador que instituiu uma doutrina trazida até nós através dos ensinamentos de São João, o Evangelista: “no princípio era o Verbo, e o Verbo estava com o Deus, e o Verbo era o Deus. Ele estava no princípio com o Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele; e sem Ele nada foi feito. O que foi feito nele era a vida, e a vida era Luz dos homens. A Luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam.  Em alguns ritos, a mensagem de abertura do seu trabalho, expressa: “houve um homem enviado por Deus que se chamava João. Este veio por testemunha, para dar o testemunho da Luz, a fim de que todos cressem por meio dele. Ele não era a Luz, mas veio para que desse testemunho da Luz. Era a Luz verdadeira,  
que alumia todo homem que vem a este mundo”. Aqui está expresso todo o pensamento maçônico: a existência de dois princípios o das trevas e da Luz.  São João em seus ensinamentos ainda diz; “a humanidade despertará para a Luz”. O objetivo dos graus simbólicos é criar o ser humano para a Luz. No primeiro grau está consubstanciado a criação do ser físico, no segundo grau o ser intelectual e no terceiro grau o ser filosófico. São as três etapas da evolução que o homem passa durante a sua vida neste mundo. Ouvimos este testemunho de grandes maçons: “Luz, mais Luz”. Todo o Trabalho maçônico está relacionado com a Luz. No primeiro grau é recebida a Luz física como símbolo da Luz espiritual que passa ser o ideal de cada maçom. Para que seja vivenciado o ensinamento maçônico contido na doutrina de São João, toda a ritualística do Trabalho de Templo está voltada para a Luz, relacionando-a com as trevas. A Estrela Rutilante é o pentáculo da iniciação. Associada ao Trabalho é a Estrela D’Alva, que anuncia o despertar do dia e a aproximação da noite.  
 Toda doutrina maçônica está descrita nos catecismos: a Loja está apoiada em três grandes Colunas que são o Venerável Mestre e os Vigilantes. No momento em que são acesas velas sobre os altares, está sendo exteriorizado o princípio criador, pois a Sabedoria projeta, a Força executa e a Beleza adorna e sem elas nada de esmerado poderá ser produzido. Produção é criação e o que se faz no Templo é criar, para continuar o trabalho de criação. No rito dos antigos, como no Rito Escocês Antigo e Aceito, a criação do ser humano aconteceu através dos elementos Ar, Terra, Fogo, Água e da Luz. A luz é o elemento Divino. Os ritos franceses influenciados pelas suas lutas sociais incluíram nos seus rituais a afirmativa de que também a sociedade humana e seu governo é um ato de criação. Conclusão O Delta luminoso é conjunto dos astros do Painel do Oriente. Eles estão colocados em forma de um triangulo, por isto forma um Delta. Este Delta são os elementos da criação por isto é identificado do como Deus, que está representado na letra G, referindo-se o poder da criação, a Geometria. Assim G é o início e o fim da obra – Eu sou o Alfa e o Ômega. A Estrela se faz presente no inicio e no final do Trabalho, caracterizado pela criação. Em relação ao trabalho a Estrela que representa o início do trabalho é a Estrela Matutina que conhecemos com a Estrela D’alva, pois, ela aparece brilhante no inicio do dia. Ela representa o Venerável Mestre nos Ritos de origem francesa. No encerramento do Trabalho está presente a Estrela Vespertina que também é a Estrela D’alva. Surgindo na Terra como astro mais brilhante antes do inicio do dia e da noite, tem assim uma presença marcante do planeta no céu. É usada como um dos símbolos luminosos que formam o Delta luminoso no ritual. A Estrela traz a letra G nos ritos dos sistemas franceses com o simbolismo de geração, criação, identificado com o nome de Deus.
 Assim é o Painel do Oriente. 

HIRAM: O Filho de Hórus


As pirâmides que novamente construíste não me parecem novas, nem estranhas, apenas as mesmas com novas vestimentas.
- William Shakespeare

APRESENTAÇÃO
A presença de elementos israelitas na Tradição Maçônica é inegável, a começar pela própria Lenda de Hiram Abif que no cerne da Maçonaria Especulativa Moderna figura como elemento principal na ritualística do Mestre Maçom. Entretanto mesmo que parcialmente esta Lenda teria alguma validade histórica?
Ora, as Sagradas Escrituras são antes de tudo textos teológicos e não prioritariamente registros históricos, e como tais, a sabedoria alegórica deve prevalecer sobre o rigor histórico. De fato, exceto por si mesmas, as Sagradas Escrituras carecem de fontes outras que corroborem suas narrativas.
Dada essa carência, mesmo desconsiderando os elementos fantásticos das Escrituras,muitos pesquisadores modernos passaram a questionar a validade histórica do que ali estava registrado. Mas se tais narrativas são de todo inválidas historicamente, o que de dizer se seu maior vestígio ou evidência; o próprio povo israelita?
Levando em conta esse vestígio ou evidência inegável, uma nova corrente passou a circular numa tentativa de conciliar a história por assim dizer profana e as narrativas bíblicas. AsSagradas Escrituras seriam consideradas ao menos parcialmente válidas, porém, acompanhadas de certo “ruído histórico” que poderia ser no mínimo relevado com apoio de fontes ulteriores.
Com a óbvia proximidade tanto histórica quanto geográfica dos povos israelitas e egípcios os últimos seriam um ideal ponto de partida, e tal iniciativa rendeu frutos. Autores como Ralph Ellis, Robert Lomas e Laurence Gardner guardada as devidas proporções, sugerem que não somente a histórica israelita pode ser suportada com a história egípcia como na realidade seria diferentes versões da mesma história!
Essa corrente estipula que boa parte da história hoje considerada israelita se deu na verdade em contexto egípcio e que seus personagens seriam na verdade figuras da história daquele país. Partindo desse pressuposto, Hiram Abif poderia ser encontrado nos anais da história egípcia?
Ralph Ellis na obra “As Chaves de Salomão, O Falcão de Sabá” discorre sobre essa hipótese, tomando o faraó Sheshonq I como a real identidade do Rei Salomão (fato que se guardado dará luz a mais na questão hirâmica que será abordada) e traça paralelos entre seu mestre construtor e Hiram Abif. Seu capítulo dedicado a esse mestre construtor fundamenta o alicerce dessa peça.

HAREMSAF
Embora uma presumida origem histórica para a Lenda de Hiram Abif seja incerta, o nome do mestre construtor trabalhou para o faraó Sheshonq I no Templo de Karnac pode dar algumas evidências a respeito. Os textos históricos, tirados da pedreira Silsileh, dizem:
Sua majestade decretou que o comando fosse dado à casa de Harakhte, chefe das obras do Senhor das Duas Terras, Haremsaf, triunfante para conduzir cada trabalho (...) a mais seleta (pedra?) de Silsileh, para fazer grandes monumentos para a casa de seu pai, Ammon-Re, senhor de Tebas. Retornaram a salvo para o sul da cidade de (Tebas), para o lugar onde sua majestade estava, o... chefe de obras na Casa de Kheperhezre Setepenre (Sheshonq I) em Tebas... Haremsaf, triunfante. Ele disse: “Todos vós que dissestes que aconteceu, O meu bom Senhor; nem descansando a noite, nem descansando ao dia, mas construindo a eterna obra sem cessar”.
É possível notar que mestre construtor e engenheiro de Sheshonq I, que trabalhou no projeto de Karnac, foi um homem chamado Haremsaf (ou Hiramsaf). Mas de que maneira o nome Haremsaf daria qualquer evidencia para uma possível origem histórica para Hiram Abif? A resposta para essa questão poderia ser encontrada na Bíblia, especificamente nas narrativas sobre o mestre construtor que trabalhou para o Rei Salomão. O que a Bíblia fala a respeito deste homem é:
E o Rei Salomão enviou e foi buscar Hiram fora de Tiro. Ele era filho de uma viúva da tribo de Nephtali e seu pai era um homem de Tiro, um trabalhador do metal: e ele foi preenchido com a sabedoria, conhecimento e sagacidade para o labor de todos os trabalhos em metal, foi até o Rei Salomão, e fez todo sua obra. Para ele lançar duas colunas de metal...
Então o arquiteto bíblico do Templo de Salomão foi chamado de Hiram(Abif), enquanto o arquiteto histórico do Templo de Sheshonq I foi chamado de Hiram(saf). Paralelamente, ambos os arquitetos supervisionaram a construção de templos, foram comissionados por monarcas e tiveram o mesmo nome tanto no relato egípcio quanto no bíblico. A única discrepância é que a Bíblia diz que Hiram(Abif) veio da cidade de Tiro noLíbano, enquanto Hiram(saf) mais razoavelmente teria vindo do Alto Egito.
Deve-se notar, contudo, que realmente havia dois Hirans na Bíblia: um seria o rei de Tirono Líbano, enquanto o outro era o mestre construtor, que acabara de chegar da mesma origem que o rei. A razão para essa confusão de nomes e cidades talvez esteja baseada em sua tradução e no fato de que esses dois indivíduos chamados Hiram pudessem ser, na verdade, parentes.
O nome Harem (Hiram) foi um título real/sacerdotal no Egito, utilizado pelo faraóHaremheb e também por Haremkhet, o sumo sacerdote, e o filho do faraó da 25ª dinastia,Shebitku. Nesse caso, é mais que provável que Hiram de Tiro tenha originalmente vindo doEgito; então por que a Bíblia acredita que o arquiteto chefe do Rei Salomão, Hiram, veio doLíbano?
O Rei Salomão estava negociando com o Rei Hiram de Tiro a exportação da madeira de cedro para Israel. Contudo, quando a construção do Templo de Jerusalém começou, foi outro Hiram de Tiro, que era especialista em metalurgia e versado na arquitetura que supervisionou sua construção. Para tornar esses laços, acerca da existência de duas pessoas que foram chamadas de Hiram mais claros, o teólogo Adam Clarke, fala a respeito do arquiteto de Tiro que se chamava Hiram:
Este (Hiram) não foi o rei Tironiano anteriormente mencionado, mas sim um caldeireiro (trabalhador do cobre) muito inteligente, de origem judia por parte de mãe, que provavelmente foi casada com um Tironiano.
O herói da lenda maçônica é chamado Hiram(Abiff) como assim o Hiram da Bíbliatambém foi chamado de Abif (Atif). A evidência para essa declaração vem de outra variante da Bíblia no livro de Crônicas:
E agora eu enviei um homem habilidoso, dotado do conhecimento de Huram (Hiram) do meu pai. O filho de uma das mulheres das filhas de Dan, e seu pai foi um homem de Tiro, hábil para trabalhar no ouro, na prata e no bronze.
Hiram o arquiteto chefe de Salomão, que construiu as grandes colunas do Templo de Jerusalém, é mencionado na Bíblia no livro de Crônicas, que geralmente emparelha bem com o livro de Reis, mas esses textos têm sido reproduzidos em versões diversas, nas quais existem diferentes detalhes entre os dois.
A referência a Hiram é bom exemplo de tais diferenças, a ortografia de Hiram paraHuram não seria exatamente um problema, embora o livro de Crônicas chame ambos, o rei deTiro e o arquiteto de Tiro, de Huram. Mas embora o versículo em Crônicas seja quase o mesmo que a versão de Reis, a primeira linha é um pouco ambígua; o que significa “do meu pai”? Do meu pai exatamente o quê? A questão é; essa sentença revisada foi equívoca ou guarda um entendimento mais profundo do texto? O texto acima foi trazido da Bíblia do rei James, mas aBíblia RSV observou a inconsistência no significado dessa sentença ajustando-a para:
E agora eu enviei um homem habilidoso, dotado de conhecimento, Huramabi.
A Bíblia RSV empregou a palavra hebraica abi, que significa “de meu pai” ao final do nome Hiram, resultando em Huram-abi (Hiram-abi). Então o nome correto para essa pessoa seria Hiram-abi, mas a frase ao invés de ser traduzida como “de meu pai Hiram”', poderia ser formulada como “Hiram é meu pai”. Essa primeira parte da evidência a favor dessa nova tradução vem do nome egípcio para o arquiteto chefe de Sheshonq I, que foi chamado deHaremsaf. Os três elementos desse nome são “Heru” ou “Hira” (o deus falcão, Hórus), “m” (como, de, é) e “f” ou Atif (pai).
O nome resultante deste mestre construtor, na linguagem egípcia, também foi pronunciado como Hiram-f ou Hiram Atif. Como pode ser notado, o significado (e a ortografia) desse nome é aproximadamente o mesmo em ambas as linguagens, hebraica e egípcia:

Hebraico                     Egípcio
Hiram Abif                 Hiram Atif
Hiram é meu pai        Hiram é meu pai
A tradução tradicional do nome egípcio Hiram saf, em vez de Hiram Atif, tem o significado ainda mais parecido com aquele que já foi dado. Do único glifo “f”, os historiadores preferiram deduzir como uma forma abreviada da palavra saf ou invés de uma abreviação deAtif, a palavra saf, por sua vez, significa “menino”, que é um sufixo para muitos nomes egípcios. O nome clássico resultante para este mestre construtor significaria então “menino de Hiram” ou “o filho de Hiram”. É desnecessário dizer que os títulos Hiram- saf, que significa “o filho de Hiram” e Hiram Atif, que significa “Hiram é meu pai”, no fim das contas significam a mesma coisa.
Esse mesmo tipo de sufixo foi usado nos nomes Osarseph (Osiris-saf) e Peteseph (Ptah-saf) nas palavras de Manetho, indivíduos que foram identificados como sendo os patriarcas bíblicos Moisés e José, respectivamente. Em cada caso, o título levou o prefixo do nome de um deus, Osíris ou Ptah, de forma que os títulos desses patriarcas bíblicos foram “Filho de Osíris” e “Filho de Ptah”, respectivamente.
Ambas as versões egípcia e bíblica do nome Hiram foram seguidas nessa mesma tradição, e o título real desse arquiteto chefe de Tebas (ou Tiro?) foi Hira-m-Atif (Hiru-m-Atif), que significa “Hórus é meu pai” ou até “Filho de Hórus”. As tradições maçônicas dessa época parecem ter traduzido à palavra egípcia Atif, que significa “pai” para o correlato “Abif”, presumivelmente a pronúncia hebraica para a palavra “pai”' (abi) representou um ponto importante nesta escolha.
Tendo feito isso, contudo, essas mesmas tradições maçônicas de alguma maneira conseguiram manter o glifo egípcio de víbora “f”, e assim substancialmente preservaram as ortografia e pronúncia originais da palavra egípcia Atif, os elementos do nome ficariam assim dispostos:

Significado real     Egípcio    Hebraico     Maçônico
Hórus                     Hiru         Hira             Hira
É                             M             M                 M
(meu) pai               Atif           Abi              Abiff

A versão bíblica desse mesmo nome foi traduzida novamente como “Hiram é meu pai”, com o significado exato da palavra Hiram perdido em algum lugar na tradução. Essa confluência tanto na pronúncia como no significado poderia demonstrar que o arquiteto bíblico chamado Hiram teria uma herança egípcia e então, mais uma vez, esses dois arquitetos chamados Hiram deveriam ser considerados como sendo a mesma pessoa.
A PEDRA
A discrepância restante que permaneceria entre o Hiram Atif bíblico e o egípcio é que a Bíblia diz que ele veio de Tiro, no Líbano, e o monólito de Silsileh deduz sua origem do Alto Egito. A resposta para esse pequeno problema foi dada por Heródoto, que menciona que, nessa época, os habitantes de Tiro tiveram uma grande presença na cidade de Mênfis, que está localizada exatamente ao sul de Giza. Os faraós que Heródoto menciona são Pheron eProteus, a quem ele insere entre Seti e Ramsés. Algo pertinente à questão ocorreu na época do faraó chamado Pheron, que foi o primeiro na lista dos faraós da Bíblia nessa época.Heródoto diz:
Há uma circunscrição (templo) sagrada deste faraó em Mênfis, que é muito bela, ricamente adornada, situada ao sul do grande templo de Hephaestus. Fenícios da cidade de Tiro habitavam toda a circunscrição, e o lugar todo é conhecido pelo nome “Campo dos Tironianos”.
No Novo Testamento, um número de indivíduos notáveis, de Pedro a Jesus, foi conhecido como “rochas” ou “pedras”. De maneira semelhante, a referência aqui à cidade de Tiro pode não ter nada a ver com a cidade de Levante e tudo a ver com pedras. A razão para isso é que o nome hebraico para a cidade de Tiro é Tsor que também significa “rocha” ou “pedra”'.
Como Gibraltar, Tiro também foi conhecida como a “Rocha”, “O campo dos Tironianos” seria nada mais do que uma alusão à localização do arquiteto e então essa passagem está simplesmente dizendo que um grupo com expedientes maçônicos habitavaMênfis nesta época.
Contudo, esse grupo de pessoas não era simplesmente de sacerdotes e administradores. Os arquitetos esotéricos da época eram igualmente habilidosos e úteis no mundo real da manufatura e construção, porque eles guardavam dentro de seu coeso grupo, os segredos da astronomia, da alquimia, da geometria e da matemática. Em cada caso, não surpreende que um dos mestres de posição mais elevada dessa época também guardava a profissão de um arquiteto secular e era um habilidoso caldeireiro, capaz de modelar as colunas de bronze Jaquim e Boaz.
Visto que a palavra hebraica Tiro (tsor) significa “rocha”, a “cidade de Tiro”, de onde se supõe que Hiram Atif seria oriundo, possivelmente não tem nada a ver com a cidade de Tiro noLíbano e sim com a pedreira na qual esse arquiteto trabalhou. Quando a Bíblia diz que “o pai de Hiram foi um homem de Tiro”, isso realmente significa que “o pai de Hiram foi um minerador”. Igualmente, quando os textos bíblicos indicam que “o Rei Salomão levou Hiram para fora de Tiro”, poderia ser interpretado como “o Rei Salomão tirou Hiram das minas”. Isto faria perfeito sentido para um arquiteto cujo principal material de trabalho era pedra e cujos registros e genealogia ainda estão preservados nas pedreiras (ou minas) do Alto Egito.
De fato, deve ter havido outro motivo para o equívoco nesse registro histórico, porque, embora a cidade de Tiro no Líbano fosse conhecida em hebraico como Tsor, em egípcio foi na verdade conhecida como Tchar. Mas houve outra cidade que foi igualmente famosa nessa época, e esta era Thar, que foi o nome para a cidade de Tânis, a capital original da 21ª dinastia. De fato, não era incomum que seus glifos fossem confundidos e se tornassem permutáveis, então havia muito espaço para alguma confusão, premeditadamente ou não, entre esses dois nomes e essas duas cidades. De fato, a última tradução hebraica da palavratsor (Tiro) como “rocha” pode muito bem ter sido derivada da palavra egípcia thar, que significa “castelo” ou “fortaleza”. Tânis foi, por necessidade, uma fortaleza e, sem dúvida, cidades-fortaleza como Tiro usaram o mesmo título.
Embora a cidade ilha de Tiro seja uma realidade histórica, não há evidências de que um Rei Hiram de Tiro tenha existido. Uma razão perfeitamente razoável para isso pode ser que, já que o termo “Tiro” na verdade faria referência a uma pedreira ou mesmo à cidade de Tânis, o “rei” Hiram mais velho na verdade pode ter sido um arquiteto que residiu em Tânis. Esse Hirammais velho foi chamado de “Melek Hiram”, que foi traduzido como “Rei Hiram”, mas o termomelek também foi utilizado em um texto bíblico posterior para denotar um príncipe, então é inteiramente possível que esse Rei Hiram fosse na verdade um Príncipe Hiram de Tânis. Também é possível que esse Príncipe Hiram fosse realmente o pai do arquiteto chefe chamado HiramAtif, que modelou as duas grandes colunas de bronze e terminou a construção do Templo. Então, nesse caso, ambos os personagens seguiram a mesma posição exaltada de Maçom eArquiteto.

ARTESÃO E PRÍNCIPE
Outras evidências para alta posição de Hiram vêm da genealogia dos arquitetos chefes do Egito, uma lista completa de nomes que abriga o período da época de Ramsés IIaté o reino do faraó Darius II, e que estava inscrita em uma rocha na pedreira de Wadi Hammamat. Essa cronologia de fato indica que havia dois arquitetos chamados Hiram (Atif), e que ambos foram arquitetos do faraó Sheshonq I, mas, mais do que ser pai e filho, esse documento indica que eles na verdade eram pai e neto. O fato dessas pedreiras e inscrições estarem a leste de Tebas também poderia sugerir que o Rei ou Príncipe Hiram mais velho estava intimamente associado à Tebas, bem como a Tânis.
O outro documento histórico que menciona Hiram Atif, que foi deixado nas pedreiras de Silsileh, indica que Hiram foi enviado para lá por Sheshonq I para cortar as pedras para oTemplo de Karnac. Então os textos bíblicos e egípcios concordam entre si, e levam essa história escrita a um estágio adiante, dizendo que Hiram Atif foi subsequentemente evocado dessas pedreiras pelo comando real e enviado para construir outro Templo. De acordo com o texto histórico, a nova encomenda de Hiram Atif foi o Templo de um Milhão de Anos de Sheshonq Iem Mênfis(?), ao passo que os textos bíblicos notam que sua tarefa na verdade fosse construir o grande Templo de Salomão em Jerusalém.
Hiram não seria apenas um pedreiro, ele também era igualmente habilidoso ao trabalhar de metal, sendo bronze a sua especialidade. As ligações que foram forjadas nas explicações comuns dessa época, entre o arquiteto chefe chamado Hiram Atif e a cidade deTiro, foram reforçadas pelo conhecimento e habilidade de trabalhar no metal dos palestinos. Estes habitaram a costa oeste de Levante ao sul da Fenícia, e quais se acreditavam ser metalúrgicos de alta qualidade, e então a ideia de que Hiram era originário do oeste de Levante não era ilógica. Contudo, essa não era a única região nessa época que produziu metalúrgicos de excelência. O trabalho em metal dos metalúrgicos egípcios, particularmente os da 21ª e 22ª dinastias, era de um padrão muito mais alto do que o dos filisteus, como os historiadores prontamente admitem:
Talvez a contribuição mais permanente da (21ª e 22ª dinastias) às artes e ofícios esteja no campo do trabalho em metal. Os caixões de prata dos reis Psusennes [II] e Sheshonq [I] e a grande variedade de vasos de ouro e prata e joias das tumbas da realeza de Tanita testemunham a continua habilidade dos trabalhadores em metal egípcios... De grande significância foi à imensa expansão e excelência técnica da escultura de metal que ocorreu durante esse período... A maior parte em bronze.
O resultado da solicitação desse novo arquiteto chefe demonstra que ele e seus companheiros estavam gerações à frente de seus rivais de Tânis em tecnologia e habilidade. A conclusão é que essa distinção no trabalho em metal resultou da chegada de Hiram Atif(Abiff) de Tiro e seus companheiros metalúrgicos, e que eles foram de fato “hábeis em ouro, prata e bronze”.
A propósito, uma vez que o sarcófago de prata de Sheshonq I foi feito com a imagem de um falcão, e visto que o nome bíblico de Hiram Atif significa “O Deus-Falcão Hórus é Meu Pai”, outra ligação entre esses dois arquitetos, pode ser vista. Uma vez que um sarcófago com formato de cabeça de falcão é bem exclusivo para um monarca egípcio, isso pode ajudar a entender que este não era o sarcófago de Sheshonq I.
Esse sarcófago espetacular com o formato de cabeça de falcão feito de prata teria sido muito mais apropriado como o último lugar de descanso do arquiteto chefe Hiram Atif, que foi conhecido como o “Filho de Hórus”. É bem possível que, durante o sepultamento deSheshonq I que ocorreu em circunstâncias adversas, os administradores chefes do cemitério tivessem confiscado o sarcófago de Hiram. As placas de inscrição nesse caixão confirmam que este foi o enterro de Sheshonq I, mas esses títulos e nomes poderiam facilmente ter sido adicionados no último momento por qualquer trabalhador de metais competente.
A identificação do arquiteto chefe bíblico Hiram Atif como sendo o arquiteto chefe deSheshonq I, que também foi conhecido como Hiram Atif, parece se bastante plausível. Mas não é apenas a evidência epigráfica da pedreira de Silsileh que aponta para um artífice mestre sendo empregado para o trabalho de fundição de um Templo, a evidência arqueológica também aponta para essa direção. Beno Rothenberg conduziu uma investigação dos trabalhos de cobre em Timnah, bem ao norte de Elat. As conclusões dessa escavação foram que essas minas e trabalhos de fusão foram executadas pelos egípcios dos séculos XX ao XIV A.C, um período durante o qual os israelitas devem ter estado na Palestina. Mais adiante é dito que:
...uma questão mais interessante é se o curto período de operações que aconteceram no século X teve alguma coisa a ver com os israelitas... Rothenberg (originalmente) concordou que a mineração e fusão aconteceram em Timnah no comando de Salomão...
Porém, Rothenberg declara que a última fase foi devida à iniciativa da 22ª dinastia, qual está inserido o governo de Sheshonq I. O problema para Rothenberg foi que a história bíblica dessa época exigiu grandes quantidades de bronze (uma liga de lata de cobre), ao passo que a data arqueológica incongruentemente nos presenteia com a evidência da fusão do cobre egípcio nos lugares de posse dos israelitas. Então, esses trabalhos de fusão de minérios foram do povo de Judá ou dos egípcios? A resposta para esse problema seria simples se visto por outra ótica, é que a construção do Templo e dentre outras demandas por metais da época foi essencialmente egípcia.
Nesse caso, a hipótese de que o trabalho em metal em Timnah fora conduzido pelos egípcios durante o reinado de Sheshonq I e a exigência bíblica de que esse metal fosse utilizado no Templo de Salomão em Jerusalém são dois lados da mesma moeda.
Embora as evidências que foram reunidas até agora pareçam indicar esse trabalho em metal no Templo de Salomão sendo organizado e projetado pelo arquiteto chefe egípcio conhecido como Hiram Atif, ainda há mais evidências para demonstrar que esse argumento seja plausível.
O nome Hiram Atif foi escrito com um elemento extra na sua grafia, a representação de uma coluna chamada “Djed”. O resultado desse glifo extra é que o nome agora se torna:

Heru (Hira)              O deus-falcão Hórus
M                                           é
Djed                                   coluna
Atif                                      pai

A grafia de “Djed” neste caso específico é acompanhada de um traço único indicando que é a coluna “Djed” real que se quer nesse glifo, e não qualquer outro significado, e a razão para isso é dada na Bíblia. Surpreendentemente, os relatos bíblicos creditam a HiramAtif a construção das duas grandes colunas de bronze no Templo de Salomão, Jaquim e Boaz, enquanto os relatos históricos agora associam Hiram Atif diretamente com a coluna “Djed”.
Esses petróglifos como na mina de Wadi Hammamat apenas eram inscritos quando cada arquiteto chefe era afastado ou estava morto, assim como os sacerdotes cristãos fazem em suas igrejas hoje em dia. Desde que Hiram Atif tornou-se famoso por seu trabalho nas duas grandes colunas no Templo de Jerusalém, sua inscrição tumular nessa genealogia tornou-se “Hiram Atif da Coluna Djed”.
Não apenas essa é uma outra indicação correta de que esses dois Hiram Atifs, dos registros bíblico e egípcio, foram um e o mesmo, essa também é uma boa indicação de que as duas colunas de Jaquim e Boaz realmente se pareciam. Nas condições mais claras possíveis, a evidência está demonstrando que as duas colunas que estavam localizadas na entrada doTemplo de Salomão foram duas monumentais colunas “Djed”. O principal significado das colunas “Djed” era “estabilidade”, e isso pressupunha a estabilidade da nação e da monarquia que governava aquela nação.
É bem possível que as duas colunas construídas no Portal Bubastita em Karnac fossem planejadas para serem réplicas das duas colunas que ornamentaram o Templo deSalomão. Se for assim, então o desenho dessas colunas pode dar uma percepção a mais para a simbologia da coluna “Djed”. Diz-se que as colunas no Portal Bubastita são representações de “Flores de Lótus Fechadas”, e esse desenho é uma característica comum dos templos egípcios. É bem possível, porém, que, uma vez que a teologia egípcia tratou de fertilidade e cópula, esse desenho em vez disso representasse um falo.
O elemento “estabilidade” da coluna “Djed” poderia, então, inferir na estabilidade da monarquia e da população que foi gerada pela paternidade da geração seguinte.

CONCLUSÃO
Como um resumo dessa peça, talvez valha a pena sinalizar as várias semelhanças que foram reveladas entre esses dois arquitetos chamados Hiram:
a. Ambos os arquitetos foram chamados Hiram Atif;
b. Ambos os nomes continham um sufixo que significa “pai”;
c. Ambos trabalharam como arquitetos chefe para o rei;
d. Ambos os reis são conhecidos por ter governado exatamente na mesma época;
e. Ambos os arquitetos foram chamados para construir um templo para o rei;
f. Ambos tiveram um familiar mais velho com o mesmo nome;
g. Ambos estavam associados a pedras ou a uma pedreira (Tiro);
h. Ambos estavam associados a colunas.
Então, aqui estaria à história real do herói maçônico Hiram Abiff (Hiram Atif), entregue diretamente dos textos egípcios e bíblico em detalhes. A escassez desse tipo de informação nas fontes maçônicas seculares e a desordem das informações que circulam mostrariam o quanto da Tradição pode ter se perdido com o passar dos séculos.
Por que o mundo maçônico deveria honrar um arquiteto chamado Hiram Atif mais do que os personagens mais importantes dessa época, como o Rei Hiram ou o Rei Salomão que também contribuíram na construção do Templo? Uma resposta para isso é que Hiram Atiftambém seria um príncipe, mas um príncipe que caiu nas graças da corte real de Tânis. Esse herói maçônico, Hiram Atif, não seria um personagem sombrio derivado do folclore duvidoso e da mitologia. O arquiteto chefe do Rei Salomão, que supervisionou a construção do Templo de Jerusalém e projetou suas grandes colunas de bronze, seria na verdade foi o arquiteto chefe dos faraós Psusennes II e Sheshonq I, que supervisionou a construção do Templo de um Milhão de Anos...

Créditos devidos ao Autor Ir.'. Tiago Roblêdo M.'. M.'.
Visita Interiora Terrae Rectificando Invenies Occultum Lapidem

MOABOM



Considerações a respeito das letras M.'.B.'. do avental do M.'.M.'.

M – a mais sagrada de todas as letras, segundo o dicionário esotérico, pois é ao mesmo tempo masculino e feminino isto é uma letra andrógina. É uma letra mística em todos os idiomas, orientais e ocidentais. O nome sagrado de Deus em Hebraico, aplicado a letra M, é “MeBorach”, que quer dizer o Santo ou o Bendito.

B – É uma clara expressão da dualidade dos princípios superpostos, que evidenciam a lei da polaridade. Mostra claramente a relação entre o superior e o inferior, o céu e a terra e o espírito e matéria. O lado curvo, corresponde a involução ou revelação do espírito na matéria. O lado reto, é o ascendente que corresponde à evolução do Espírito na matéria. O lado reto mostra o domínio do homem, e o lado curvo o da matéria. A forma hebraica desta letra e Beth, e tem uma relação com o princípio da vida.
Em nossa pesquisa encontramos varias interpretações para o M\B\ do avental do M\M\, umas até interessantes, que tentaremos reproduzir , e outras tão absurdas que não convém nem citá-las, por riscos de reproduzirmos o ridículo sem berço e sem fundamento.
MohaBon
Respeitando as várias opiniões , já que existem muitas controvérsias sobre a origem do M:.B:., preferimos ficar com o que nos ensinou nossos mestres, que alias é endossado pela convenção de “Lösane”, Setembro de 1875, que afirma o seguinte:- O avental do M\M\ do Rito Escocês Antigo e Aceito, será branco forrado de vermelho com as iniciais M\ B\alusivas à palavra S\ do Grau . Quando fomos exaltado , aprendemos sobre a belíssima lenda do nosso mestre Hiran, e a parte que mais nos tocou, foi quando os irmãos encontraram o corpo, já em estado de putrefação, e ao tentar levantá-lo, exclamaram:-‘A carne se desprende dos ossos”!! em hebraico M\ H\ B\, que foi adotada pela maioria dos ritos maçônicos, como a palavra S\ do M\M\ . É lógico que a tradução difere de acordo com o idioma, mas a essência é e será sempre a mesma em todos os ritos e potências.

Mak Benak
O manuscrito “The Graham”, do ano de 1726, fala sobre a lenda de Noé e seus três filhos “Sem, Cam e Jafet, que encontramos nos antigos rituais. Noé teria recebido do GADU, a missão de construir a Grande Arca, que embora de madeira fora construída segundo a Geometria, e de acordo com as regras maçônicas. Diz a lenda que os três filhos foram até o túmulo do pai Noé, a fim de tentar descobrir o segredo que possuía o grande patriarca Bíblico. Quando tentaram levantar o corpo já em avançado estado de decomposição, um dedo e um pulso se desprendeu, e só conseguiram levanta-lo, fazendo uso dos “Cinco Pontos Perfeitos”.
Um dos filhos teria dito:- “Ainda há tutano neste osso” ! [Marrow in the Bone” –] segundo alguns pesquisadores maçônicos, origem das iniciais M\B\, que mais tarde se tornaria “Mak Benak”. Este é o único documento que se refere à lenda de Noé, com conexão com os C\P\P\ e com a palavra S\ do mestre . A lenda de Hiram ainda não era conhecida.

Moab Bem-ami
Jules Boucher, defende a teoria Moabita [“O que vem do Pai”], aliás, interpretação aceita por muitos rituais antigos, que cita o incesto praticado pela duas filhas de Ló [Gênesis cap 19 vs. 30 a 38]. Ló vivia com suas duas filhas, num local onde não existia nenhum outro homem . Para que se cumprisse a tradição do patriarcado, e a geração do genitor, e não havendo outra solução, elas resolveram embebedar o pai com vinho, e copularam com ele, totalmente embriagado. A primeira a cometer o incesto foi a primogênita, que engravidou e deu a luz a um filho, dando lhe o nome de “ Moab” [que vem do pai], em seguida a Segunda filha a imitou e deu a luz a “ Bem-Ami” [pai do filho].
Desse fato surgiu na Maçonaria a estranha interpretação “Aquele que vem do pai” ou “geração do pai’. Maçons que aceitavam essa hipótese tentaram relacionar a imoralidade do incesto com podridão, putrefação etc. Adversários da maçonaria, aproveitaram-se disto para desmoralizar e denegrir a sublime ordem, como por exemplo o escritor antimaçonico Paulo Rosen em sua obra “Satan e Cia”.

Maugh Bin
Num apêndice da sua obra “Historiy of Free Masonary”, à página 487, o Ir:. R. F. Gould reproduz uma publicação do jornal sensacionalista “Flying Post” [Correio Volante ] , impresso em Abril de 1723, descrevendo o que seria uma iniciação Maçônica. Prossegue o articulista contando que ao candidato, entre outras coisas , era revelada a palavra “Maughbin “, a qual era transmitida de ouvido a ouvido ate chegar ao Mestre. Então o candidato era posto à ordem como o Mestre, e devia recitar :- [traduzido p/ o português]
Fui iniciado Maçom,
Vi “B” e “J ”.
Prestei o raríssimo juramento .
Conheço a pedra o diamante e o esquadro.
Conheço perfeitamente a parte do Mestre.
Como um probo “Maughbin” poderá dizer-vos
Bons autores apontam a palavra MaughBin ou MachoBin cuja tradução é algo parecido com ;- “ É ele , ele esta morto” !!
De qualquer modo isto está relacionada com “Putrefacto”, e o significado varia conforme o idioma. Em Francês por ex. quer dizer ;- “podre até os ossos” [ la chair quitte les os”].

Mac Benah
Os Jacobitas e a lenda de Hiram – vasta literatura sobre o Grau de mestre, levanta a hipótese de a lenda de Hiram ter surgido por inspiração política dos partidários dos Stuarts, os Jacobitas.
Em 30.01.1649, o Rei Carlos I dos Stuarts foi decapitado por decisão do parlamento Inglês. Após a morte do Rei os maçons Jacobitas, por segurança acobertavam seu partidarismo por segredo. Assim o filho do decapitado passou a representar o Verbo, a Palavra Perdida, e os maçons eram os filhos da viuva, alusão a rainha Henriette de França, viúva do finado Rei.
Mackey, na sua enciclopédia definiu a palavra MacBenah como derivada do dialeto gaélico, significando “Filho Abençoado”, alusão ao príncipe filho de Carlos I . A nosso ver os maçons Jacobitas apenas se aproveitaram da doutrina maçônica da época, em proveito de suas tendências de hegemonia dos Stuarts, mas é bom lembrar, que a lenda do Mestre Hiram só viria a existir quase um século após.

Maçonaria Brasileira
Só a titulo de curiosidade, vamos citar o Ir:. Manuel Gomes no seu “Manual do Mestre Maçom”, pag. 321 a 334 “O manifesto Maçônico do primeiro G.'.M.'. do Grande Oriente do Brasil, José Bonifácio de Andrada e Silva, que entre outras observações, critica a disseminação de lojas estrangeiras, com rituais executados nos vários idiomas, menos no da nossa pátria, e conclama os maçons patriotas a usarem obrigatoriamente nos aventais de mestre as iniciais M:. B:., alusivo a “Maçonaria Brasileira”.
A bem da verdade em nossa pesquisa, encontramos uma infinidade de explicações e definições a respeito do M\B\, porem por irrelevantes, citamos as que realmente interessam à Sublime Ordem.
Mak Benak – usada pelo Rito Adonhiranita, Mak origem Galica significa-podridão, estar podre.
Mac Benac – Rito Moderno ou Francês, “Viver no Filho”
MoaBom -- Rito Schroeder “O filho do Mestre está Morto”.
MohaBon – Rito E:.A:.E:.A:. “A carne se desprende dos Ossos”.
Mac-Benah – “Filho da Putrefação ou do Mestre Morto”
Macheh-Bea [Beamacheh] – Deus seja Louvado”.
Como se vê , não obstante as inúmeras definições e variações, a mensagem que fica é a mesma. A afirmação da imortalidade, a eterna ressurreição, é preciso morrer, apodrecer afim de renascer para o eterno ciclo cósmico. O Mestre exaltado transpõe a materialidade da morte e assume a preponderância do espírito.
Meus irmãos, isto posto concluímos que antes e alem de tudo, há algo especial na exaltação, qual seja :Exaltação, vem do latin : - EX – ALTARE, ou seja alem do altar, transpor o altar, mudar transcedentalmente de nível, quero dizer o Maçom , [com os três golpes que feriram o Mestre Hiran] deve destruir em si mesmo:
1 – O coração – mudando seus sentimentos, do egoísmo p/ o amor ao próximo, e a humanidade;
2 – A garganta – aprimorando o seu verbo ou expressão, de modo a tornarem-se somente palavras úteis, verdadeiras, e sempre que possível agradáveis;
3- A cabeça – Pondo em sua mente um novo modo de pensar, elevando–se acima do material, temporal e finito para renascer sobre o símbolo da acácia imperecível, num nível superior de compreensão e consciência que o tornará um autentico e digno mestre.
Para finalizar, uma máxima mística para os IIr.'.  Refletirem:
“NASCEMOS PARA MORRER, E MORREMOS PARA NASCER”!!
Meus Irmãos; que o G.'.A.'.D.'.U.'. cuja sabedoria divina dirige suave e poderosamente todas as coisas, nos abençoe e nos ilumine para que possamos passar um pouco do nosso modesto conhecimento a todo irmão que queira fazer progresso na nossa “Sublime Ordem”.
Livros e Autores Consultados:
Curso de Maçonaria Simbólica – Theobaldo Varoli Filho
O Mestre Maçom – Francisco Assis Carvalho {Chico Trolha]
A Simbólica Maçônica – Jules Boucher
Manual do Mestre Maçom – Manoel Gomes
Maçonaria e o Livro Sagrado – Zilmar de Paula Barros
Maçonaria Mística – Rizzardo da Camino
Ritualística Maçônica – Rizzardo da Camino
Bíblia Sagrada.

Créditos devidos ao Autor Ir.'. José Roberto Mira,

A Águia de Lagash

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A "Águia de Duas Cabeças de Lagash" é o mais antigo brasão do Mundo:. Nenhum outro simbolo emblemático no Mundo pode rivalizar em antiguidade:. A sua origem remonta à antiquíssima Cidade de Lagash:. Era já utilizado há cerca de mil anos antes do Êxodo do Egipto, e há mais de dois mil anos quando foi construído o Templo do Rei Salomão:.Com o passar dos tempos, passou dos Sumérios para o povo de Akkad, destes para os Hititas, dos recônditos da Ásia menor para a posse de sultões, até ser trazida pelos Cruzados aos imperadores do Oriente e Ocidente, cujos sucessores foram os Hapsburg e os Romanoff:.Em escavações recentes, este «brasão» da Cidade de Lagash foi descoberto numa outra forma: uma águia com cabeça de leão, cujas garras se cravam nos corpos de dois leões, estes de costas voltadas:. Esta é, sem dúvida, uma variante do símbolo da Águia:.A Cidade de Lagash situava-se na Suméria, no sul da Babilónia, entre os rios Eufrátes e Tigre, sendo perto da actual cidade de Shatra, no Iraque:. Lagash possuía um calendário de doze meses lunares, um sistema de pesos e medidas, um sistema de banca e contabilidade, sendo ainda um centro de arte e literatura, para além de centro de poderes político e militar, tudo isto cinco mil anos antes de Cristo:. No ano 102 a.C., o cônsul romano Marius decretou que a Águia seria um símbolo da Roma Imperial:. Mais tarde, já como potência mundial, Roma utilizou a Águia de Duas Cabeças, uma voltada a Este e outra a Oeste, como símbolo da unidade do Império:. Os imperadores do Império Romano Cristianizado continuaram a sua utilização e foi depois adoptado na Alemanha durante o período de conquista e poder imperial:.Tanto quanto sabemos, a Águia de Duas Cabeças foi primeiramente utilizada na Maçonaria em 1758, por uma facção maçónica de Paris - Os Imperadores do Oriente e Ocidente:. Durante um breve período, os Imperadores Maçónicos do Oriente e Ocidente controlaram os Graus avançados então em uso, vindo a ser percussores do Rito Escocês Antigo e Aceite:.A inscrição em Latim por debaixo da Águia de Duas Cabeças - "Spes Mea in Deo Est" - significa: "A Minha Esperança Está Em Deus":

QUEM FOI TUBAL CAIM UM MITO JUDAICO E MAÇÔNICO


Seguem alguns estudos sobre Tubal Caim, que embora tentem liga-lo ao que chamamos de Bruxaria Tradicional, trata apenas, em fato real, de menções à bíblia e na simbologia da maçonaria.
Também encontraremos o CLAN de Tubal Cain, uma ordem criada por Robert Cochrane (1931-1966). Robert Cochrane foi aprendiz de Gerald Gardner, criador da Wicca, e tornou-se opositor na década de 60.
Vamos alguns trechos relembrando sua obra.
"Ele acreditava em certos ideais e práticas separando feitiçaria de paganismo, contidos dentro de sua práxis eclética muitas verdades fundamentais."


"Direta ou indiretamente, tanto ele como seu sucessor EJ Jones foram veículos para a continuidade das práticas religiosas e históricas que remontam a séculos de tradição cigana,demonologia, feitiçaria medieval e técnicas Sufi, bruxariaanglo-saxônica e celta, Tantrismo indiano, animismo da Idade do Bronze, e finalmente práticas xamânicas do Xintoísmo de 10 mil anos atrás."
fonte: http://www.clanoftubalcain.org.uk
Quem foi Tubal Caim em base Teológica
Tubalcaim é um personagem bíblico do Antigo Testamento, mencionado no livro de Gênesis como um dos filhos do perverso Lameque e de Zilá, fazendo parte da descendência de Caim. Foi irmão de Naamá, Jubal e Jabal.
Lameque é um personagem bíblico do Antigo Testamento mencionado no livro de Gênesis como filho de Metusael e um dos descendentes de Caim da quinta geração deste, que teria cometido o segundo homicídio na história da humanidade e foi o primeiro homem a praticar a poligamia.
Caim, depois de ter matado a seu irmão Abel, tornou-se pai de Enoque e criou uma cidade em homenagem a seu filho onde supõe que teria passado a morar.
A Bíblia diz que Lameque teve duas esposas. O nome da primeira era Ada que teria sido mãe de Jabal e de Jubal. Já a segunda esposa chamava-se Zilá que foi mãe de Tubalcaim e de Naamá.
Segundo Gênesis 4:23-24, pode-se dizer que Lameque teria assassinado o próprio Caim e mais uma outra pessoa, o que estaria implícito no texto bíblico quando fala a respeito de seu castigo que seria setenta vezes maior do que o de seu ancestral. Isto porque o verso 24 diz que será vingado setenta vezes sete:
Porque sete vezes Caim será vingado; mas Lameque, setenta vezes sete.
Caim é o filho primogênito de Adão e Eva. Era um lavrador. Em hebraico, קַיִן, Caim significa lança, sendo que a sua transliteração seria Qayin. Este nome também é associado a uma outra forma verbal, "Qanah", que pode significar "obter" ou "provocar ciúme". Algumas obras associam o nome com a expressão "algo produzido".. (Narrativa Bíblica).
Segundo a Bíblia, Gênesis 4:1 esclarece: "O homem conheceu Eva, sua mulher; ela concebeu e deu à luz Caim, e disse: 'Adquiri um varão com a ajuda de "Deus, o Senhor" (Bíblia de Jerusalém).
Possuído por ciúmes, Caim armou uma emboscada para seu irmão. Sugeriu a Abel que ambos fossem ao campo e, lá chegando, Caim matou seu irmão; este teria sido o primeiro homicídio da história da humanidade.
Os descendentes de Caim
Após ter matado Abel, Caim teria partido para a "terra da Fuga (Nod ou Node), ao leste do Éden", levando consigo a sua esposa, cujo nome não é mencionado na Bíblia. Após o nascimento de seu filho, Henoc (Enoque), Caim empenhou-se em construir uma cidade, dando-lhe o nome do seu filho.
Os descendentes de Caim são alistados em parte, e incluem homens que se distinguiram pela pecuária nómada, por tocarem instrumentos musicais, por forjarem ferramentas de metal, bem como alguns conhecidos por praticarem a poligamia e a violência. (Gênesis 4:17-24) Segundo a Bíblia, a descendência de Caim terminou com o Dilúvio dos dias de Noé.
Sinal de Caim
Há várias especulações sobre qual seria a marca de Caim. Segundo textos mórmons, esta marca estaria relacionada à cor da pele de Caim (relatado em Pérola de Grande Valor), e que tenha sido ele o pai da raça negra africana.
Referências Bíblicas
1. ↑ Gênesis 4:5
2. ↑ Gênesis 4:8
• Gênesis 4:1-17.
• Mateus 23:35
• Hebreus 11:4.
• 1 João 3:12.

• Judas 1:11.

TUBAL-CAIM E SEU SIGNIFICADO PARA A MAÇONARIA
pelo Ven.Irmão Fabio Codignoli | Pietre-Stones Review of Freemasonry made by Freemasons for Freemasons. Masonic articles and books. Masonic news for Freemasons and Freemasonry worldwide
Eu sou Tubal Caim, filho de Lamech e Zillah, irmão de Jabal, Jubal, e Naamah. Nós fundamos o começo de todas as ciências no mundo.
Jabal, meu irmão, a ciência da geometria, e o primeiro a construir casas de pedra e madeira.
Jubal, meu irmão, a ciência da música, canções cantadas, música da harpa e órgão, e a composição.
Naamah, minha irmã, fundou a arte e a ciência de tecer.
E eu fundei a arte e ciência da forjaria do ouro, prata, cobre, ferro e do aço.
Eu excedi todos os homens na força e era um guerreiro.
Eu também era conhecido como crisor e trabalhador do fogo.
Meu nome significa maçons trabalhando em busca da verdade.
Outra parte bíblica:
E Lamech era velho e avançado em anos, e os seus olhos eram escuros de forma que ele não pudesse ver, e Tubal-Caim, o seu filho, o estava conduzindo e era um dia que Lamech entrou no campo e Tubal-Caim, o seu filho estava com ele, e quando eles estavam entrando no campo, Caim o filho de Adão caminhou para eles; como Lamech era muito velho e não podia ver muito, e Tubal-Caim o seu filho era muito jovem.
27. E Tubal-Caim pediu ao o seu pai que puxasse o seu arco, e com as setas ele golpeou Caim que ainda estava distante e ele o matou, porque ele apareceu ser a eles um animal.
28. E as setas entraram no corpo de Caim embora ele estava distante deles, e ele caiu ao chão e morreu.
29. E o Deus equiparou o mal de Caim de acordo com a sua maldade o que ele tinha feito ao seu irmão Abel, conforme Deus havia dito.
30. E foram ao passo onde Caim tinha morrido, Lamech e Tubal foram ver o animal que eles tinham abatido, e eles viram, Caim o seu avô que estava morto sobre o chão.
31. E Lamech ficou muito afligido ao ter feito isto, e unindo as suas mãos ele golpeou o seu filho e o matou.
32. E as esposas de Lamech ouviram o que Lamech tinha feito, e elas tentaram matá-lo.
33. E as esposas de Lamech o odiaram daquele dia, porque ele matou Caim e Tubal-Caim, e as esposas de Lamech distanciaram-se dele, e não o animaram por esses dias.
NOTA
O Livro de Adão (II. 13) diz que Lamech estava armado com um arco e setas grandes, e uma funda e pedras. Uma seta perfurou um lado de Caim, e uma pedra da funda de Lamech batida entre seus olhos. Lamech golpeou o jovem sobre que o conduzia acidentalmente, mas depois ele esmagou a cabeça dele com uma pedra. Há muitas versões da história em árabe, etiopino, e hebreu, mas todos eles concordam em detalhes essenciais. De acordo com o Livro da Abelha (XVIII), a bigorna, martelo, pinças, esquadro e o compasso foram inventados por Tubal-Caim e Jubal que também construíram instrumentos musicais, harpas e flautas; diziam os povos que demônios viviam nas flautas e faziam soá-las.

Outra ligação com a Maçonaria:
Hiram, o fundidor de Tiro, é o filho de uma viúva da tribo de Nephtali e o pai, igualmente um fundidor, chamava-se Ur, que em hebreu significa “luz”. Por outro lado, a legenda mostra-nos Hiram instruído, no decurso de uma descida ao centro da Terra, por Tubalcaim, seu antepassado. Tubalcaim é uma palavra-passe maçónica e significa em hebreu “posse do Mundo”. Na “Génese”, Tubalcaim é um fundidor, o primeiro fundidor de bronze e ferro, sendo este último considerado impuro em todas as tradições.
A legenda ritual da morte de Hiram que serve de base ao mestrado maçónico desde o século XVIII não tem uma data precisa no seu aparecimento, nem se conhece o nome do seu autor. De acordo com a legenda histórica, após o descobrimento do corpo de Hiram, o rei Salomão enterrou-o no local onde iria ser construído o Santo dos Santos.
Esta referência coloca outra questão que implica uma reflexão. Três maçons ingleses, Clement Stretton, Thomas Carr e John Yarker, num documento histórico da Loja da cidade de Honnecourt, ao descreverem este ritual para assinalar a comemoração da fundação do Templo de Jerusalém, afirmaram que “no decurso da cerimónia um irmão é escolhido para ser a ‘vítima’ humana, pois nos tempos antigos um homem era sacrificado, dada a crença que um homem tinha de ser colocado sob o centro dos 4 ângulos do edifício, na falta do qual este não se manteria erguido”.
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Nos ausentamos de qualquer descritivo ou opinião, essas são informações que constam oficialmente em livro sagrado da religião cristã e judaica, tal como referência oficial maçonia e textos do site oficial do CLAN de Tubal Cain.

HIRAM: O Irmão Exaltado de Salomão

Absalão lhe dizia: Olha, a tua causa é boa e reta...
- 2 Sm 15:3


A Morte de Absalão

APRESENTAÇÃO
Por que Hiram Abiff foi tão importante a ponto de seu nome, e não o de um rei ilustre como Salomão, ser reverenciado no mundo maçônico por quase 3.000 anos? Uma tentativa de resposta pode ser dada a essa pergunta e, embora essa explicação seja baseada mais em evidências circunstanciais do que em fatos, é um enredo que daria certa lógica a respeito da história dessa época.
A seguir a história maçônica de Hiram Abiff: Hiram não era simplesmente um arquiteto secular (exotérico), era também um arquiteto de alto escalão maçônico (esotérico), supostamente, uma das três pessoas do mundo que guardavam os verdadeiros segredos daMaçonaria. No entanto, enquanto trabalhava na construção do Templo de Salomão, três rufiões tentaram forçá-lo a contar tais segredos. Por alguma razão não explícita pela Tradição Maçônica, todos esses homens tinham em seus nomes o prefixo “Jubel”. Durante a peleja que se seguiu com essas pessoas, Hiram Abiff foi morto com três golpes na cabeça, tendo seu corpo sido ocultado. Alguns de seus companheiros maçons mais tarde encontraram seu corpo e voltaram imediatamente para contar tudo ao Rei Salomão, o rei ordenou que o corpo deHiram fosse sepultado com todos os direitos que seu cargo lhe conferia.
Essa história é centrada na época do reinado de Salomão, e, no entanto, parece ter certa correlação com a morte do Príncipe Absalão, irmão mais velho de Salomão. O Príncipe Absalão era filho do Rei Davi, e empreendeu uma rebelião contra o governo de seu pai. Após uma batalha intensa, Absalão foi morto por Joabe com três lanças cravadas no peito. Seu corpo foi então atirado em um precipício e coberto com pedras. Dois mensageiros foram imediatamente enviados ao Rei Davi pra informá-lo do ocorrido, posteriormente um grande mausoléu foi, ou teria sido, construído para Absalão pelo rei.

PRÍNCIPE E ARQUITETO


Templo de Salomão
Embora haja inúmeras diferenças entre essas duas histórias, há também semelhanças, portanto, vale a pena verificar se haveria alguma explicação plausível para essas diferenças. Eis os pontos de discrepância:
a. A Tradição Maçônica refere-se ao Rei Salomão, enquanto a versão bíblica refere-se ao Rei Davi. De fato, essa talvez seja mais uma explicação do que um problema. Apesar da construção do Templo de Jerusalém ser atribuída ao Rei Salomão, a iniciativa da compra dos materiais e da construção foi do Rei Davi. Além disso, os textos bíblicos indicam que houveram dois indivíduos chamados Hiram (e que eram correlacionados). Como havia dois Hirans (talvez parentes) contemporâneos a dois reis diferentes, não é de se estranhar que possa ter havido alguma confusão. Embora os textos bíblicos indiquem que o Hiram Abiff pudesse ser o mais novo dos dois Hirans, a ligação com o Príncipe Absalãodenuncia a probabilidade de o herói maçônico ser, na verdade, Hiram, o Ancião, dito “Rei de Tiro”.
b. O Kebra Nagast ("O livro da Glória dos Reis") registra claramente que o Rei Salomão (ao menos conjuntamente) supervisionava as obras do Templo e, como era um príncipe substituto devido ao assassínio do Príncipe Absalão, é muito provável que Absalão também fosse um construtor. Naturalmente, a profissão aludida aqui era tanto construtor no sentido exotérico como no esotérico, portanto, tanto Salomão quanto Absalão teriam sido maçons.
c. Os três assassinos de Hiram Abiff chamados de “os três Jubes”, eram Jubela,Jubelo e Jubelum, três nomes idênticos que foram diferenciados pelo uso de sufixos de caráter distinto. São conhecidos de forma coletiva na Tradição Maçônica como os "Jewes", palavra possivelmente derivada de Jubes. A partir disso, surge a seguinte pergunta: por que esses três rufiões teriam o mesmo nome? Uma resposta plausível é que não seriam nomes, mas sim títulos! O que se procuraria, portanto, é uma posição ou cargo antigo conferido a essas três pessoas e que levavam o título de “Jube”. É esse indício bíblico que narra a história notavelmente semelhante da execução do Príncipe Absalão por um comandante do exército chamado Joabe (Juabe). Mas o nome “Joabe” seria, na verdade, um título militar que significa “Comandante de Cem Mil”. E como oRei Davi tinha três comandantes militares no campo de batalha quando oPríncipe Absalão foi morto, poder-se-ia argumentar que Absalão e seu exército foram assassinados pelos “três Joabes” (ou três Juabes) os três comandantes doRei Davi. Há certa sinergia nesse ponto entre a Tradição Maçônica dos três “Jubes” que mataram um grande mestre e a consideração bíblica dos três “Juabes” que impediram uma insurreição contra o rei e mataram um príncipe.
d. Tanto Hiram Abiff quanto o príncipe Absalão foram mortos por três golpes dados pelos três Jubes (três Joabes). A Tradição Maçônica indica que esses três golpes foram dados na cabeça de Hiram Abiff enquanto a Bíblia afirma que foram no coração de Absalão. Embora essa possa ser uma diferença genuína entre esses textos, é possível que tenha sido apenas uma pequena confusão de significados. A palavra hebraica usada aqui, lebab, reflete essa confusão, pois, além de “coração”, pode ser também “intelecto”, “conhecimento”, “memória” e “pensamento”, dando espaço a diversas interpretações em sua tradução.
e. Hiram Abiff é notoriamente conhecido na Tradição Maçônica como o “Filho da Viúva”, mas o príncipe Absalão ainda tinha um pai (o Rei Davi), fato que parece invalidar essa comparação entre Absalão e Hiram Abiff. De fato, isso não é possível. A mãe de Absalão era Maaca, cujo papel como primeira esposa foi posteriormente assumido por outras (e novas) consortes do Rei Davi. É provável que, após a perda de seu status como primeira esposa, Maaca tenha ficado conhecida como “A Viúva”, devido ao fato de não ser mais íntima ou ter a predileção do rei. Os textos bíblicos parecem confirmar que essa era a terminologia usada na época, quando mencionam as concubinas do Rei Davi. Dez delas tornaram-se guardiãs da casa (harém), e como esse novo cargo não lhes permitia mais o contato sexual com o rei, ficavam então conhecidas comoViúvas. Essa explicação é sustentada posteriormente pela história contada ao Rei Davi acerca da luta entre dois irmãos e a morte subsequente de um e o exílio do outro. Essa história foi na verdade um conto alegórico que diz respeito à luta de Absalão com seu irmão Amom e seu exílio em Gesur. O interessante, no entanto, era a questão de que a mãe desses dois irmãos era viúva, se tal viúva seria uma alusão a Maaca tirada do posto de primeira esposa, consequentemente faria por alusão o próprio Absalão “Filho de uma Viúva”.
f. A Tradição Maçônica indica que Hiram Abiff foi um herói, enquanto os bíblicos indicam o príncipe Absalão como insurrecto do reino. O que seria menos uma questão de contenda e mais de perspectiva, aquele que empreende ataque contra um homem é inevitavelmente o que defende outro. A Bíblia seria puramente um livro escrito pelos escribas da corte do Rei Davi (que de fato havia cometido uma série de graves equívocos), vencedores dessa batalha singular, enquanto os textos maçônicos poderiam ter sido escritos pelos apoiadores de Absalão, possivelmente construtores que ainda rendiam fidelidade a seu antigo mestre.
g. O historiador Josefo disse que o pai de Hiram Abiff foi chamado de Ur, um nome pode ser ligado a Absalão, que se rebelou contra o seu pai, matou seu meio irmão Amom e tentou tomar o reino de Davi. Tais ocorridos teriam acontecido em cumprimento da profecia de Natã em virtude do pecado deDavi por se rebelar contra seu combatente Urias ou Ur-iah, conspirando contra ele e assassinando-o para tomar a sua mulher, Absalão seria o vindicador do pecado de Davi contra Ur-iah, seu filho simbólico.
h. Se o Hiram maçônico era na verdade Hiram, o Ancião, o “Rei de Tiro”, possivelmente deve ter sido um familiar de Absalão que concretizou a construção do Templo de Jerusalém durante o reinado de Salomão. Como foiSalomão quem herdou o posto de Absalão de príncipe regente e, como oKebra Nagast afirma que o Rei Salomão supervisionava a construção doTemplo, não seria tão absurdo conjecturar que Hiram, o Jovem, fosse na verdade o próprio Rei Salomão. Da mesma forma, tanto Josefo quanto o livro de Crônicas afirmam que foi o Rei Salomão quem fez os artefatos de metal para o Templo, incluindo o célebre “Mar de Bronze”. A primeira vista é presumível queSalomão tivesse comissionado esses materiais e que Hiram os tivesse fabricado, mas os textos ressaltam as várias ocasiões que o Rei Salomão o fez. Sendo o Rei Salomão o Arquiteto Maçônico Chefe (Grão-Mestre), é possível que tenha recebido todo o crédito pela construção do Templo, e tivesse sido considerado ainda, como o seu único arquiteto.
Por alguma razão, quando da construção do Templo, parece que esses dois arquitetos,Absalão e Salomão, foram denominados de Hiram. Deste modo, Hiram (Absalão) foi conhecido desde o nascimento, já que era o príncipe mais velho e herdeiro legítimo do Rei Davi. Após um desentendimento com seu pai e a consequente morte de seu irmão, Amom,Hiram (Absalão) ficou exilado em Gesur. Sendo príncipe, ele teria (aprendido e) conquistado muitos dos altos cargos, inclusive os sacerdotais, incluindo ai, possivelmente o título (e ofício) de Arquiteto Chefe.
Apesar de Absalão ter sido o príncipe regente e sucessor do trono quando da morte doRei Davi, decidiu organizar uma rebelião contra seu pai e há suspeita de que ele possuía apoio político e militar. Os exércitos opositores encontraram-se no campo de batalha e, durante ao combate subsequente, Absalão foi morto por três golpes na cabeça, dados pelos três comandantes militares do Rei Davi, os chamados “Joabe”. O corpo de Absalão foi jogado em um precipício e acobertado por pedras não sendo descoberto por algum tempo.
Os segredos da astronomia, da alquimia, da geometria e da matemática não eram dominados somente pelos artífices e juízes eclesiásticos, mas faziam parte também das práticas reais da época. Conhecimento é poder e, assim como cita o verso do Kebra Nagast, o Rei Salomão em particular vangloriava-se de seu grande conhecimento, Salomão estava simplesmente seguindo os passos de seu irmão assassinado Absalão?

O IRMÃO EXALTADO

Joabe e Absalão
A palavra “Abiff” que normalmente compõe o nome de Hiram quer dizer “Seu Pai”, no entanto, é preciso lembrar que este termo possui um significado mais amplo na língua hebraica, poderia dar a noção de mestre, instrutor, conselheiro e talvez até patrono. Sugerindo que Hiram pudesse ser o instrutor de Salomão no ofício e/ou patrono (e principiador) dos trabalhos no Templo, papel segundo esta abordagem bem plausível para Absalão.
Apesar da palavra “Abiff” componente do nome “Hiram Abiff” ser constantemente investigada, relativamente pouco se aborda quanto o próprio nome “Hiram”. Sabe-se que há mais de um indivíduo na Bíblia portando este nome, que o mesmo figura sob outras formas como Airam e Adoniram e que sua grafia correta seria CHIYRAM.
Alguns etimólogos afirmam que CHIYRAM procede de CHIYRA “Família Nobre”, outros que seria uma forma contraída de ACHIYRAM "Meu Irmão é Exaltado" ou "Irmão (o) Altivo". De toda maneira, a Bíblia faz uso constante de adjetivismo nos nomes de seus personagens (históricos ou não), assim Hiram alude à família, seja como nobre ou exaltado, seriam os Hirans, familiares a Davi e Salomão? Talvez a recorrência bíblica do termo “Hiram” como no caso dos “Joabes/Jubes” indicasse um título, portado inclusive por Absalão?
Assim como ainda hoje é praticado, a forma de tratamento entre os membros da maçonaria é “Irmão”, o maçom que atinge o Grau de Mestre no qual é encenada a Lenda de Hiram passa por uma cerimônia chamada “Exaltação”, logo todo Mestre Maçom é um “Irmão Exaltado". Quem seria o familiar qual Salomão poderia se referir como “Irmão Exaltado" ou “Hiram” no hebraico (que estava ou estivesse num posto superior)? A resposta mais lógica seriaAbsalão, o último príncipe sucessor e possível primeiro arquiteto do Templo.
Alias o próprio nome de ambos os filhos de Davi compartilham a mesma raiz assim como os Hirans, o Ancião e o Jovem compartilham CHIYRAM. Salomão vem de SHALOMOH enquanto Absalão de ABSHALOM, ambos oriundos da palavra hebraica SHALOM “Paz”, tal similaridade se repetiria no possível título “Hiram” (CHIYRAM)?
Um elemento discrepante seria que Hiram, o Ancião era intitulado como o “Rei de Tiro” e não como príncipe da corte e Davi, entretanto, o nome hebraico para Tiro é “TSOR”, que também significa “rocha” ou “pedra”, “MELEK CHIYRAM” é traduzido como “Rei Hiram”, mas MELEK também pode denotar príncipe. Ou seja, ao invés de “Rei de Tiro”, seu título poderia muito bem ser “Príncipe da Pedra” em alusão a sua posição de arquiteto, o regente dos trabalhadores em pedra, também notando que o termo “Príncipe” ainda hoje é o título de diversos Graus da Maçonaria Filosófica.
Mesmo na morte, Hiram pelo mistério de sua vida compele aos maçons a um mistério, a busca da Palavra Perdida, mas na investigação de sua história se trilha por com uma miríade interminável de fontes, autores, obras, fatos e suposições... Talvez este seja justamente o objetivo d’A Lenda de Hiram. Compelir o Maçom a tanto conhecimento quanto seja necessário para a busca da Verdade!
Em vida Absalão e Hiram seriam o mesmo indivíduo? Certamente sua morte nunca responderá tal questão... Em vida, Hiram forjara Colunas de Bronze para a sustentação doTemplo Salomônico, com sua morte, forjou Colunas de Mistério para a sustentação da Tradição Maçônica.
Curiosamente o local no qual a tradição israelita afirma que o corpo do filho mais velho de Davi jaz é chamado de “Coluna de Absalão”. Na Tradição Maçônica as Colunas do Templo eram cavas a fim de no seu interior serem guardados os mais valiosos mistérios, e na Coluna de Absalão haveria para os maçons algum Mistério Perdido a ser encontrado?



A Cerimônia de Exaltação


Creditos devidos ao Autor Ir.'. Tiago Roblêdo M.'. M.'.
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