sexta-feira, 17 de abril de 2020

A águia bicéfala e seus significados.

A águia de duas cabeças (águia bicéfala) é um importante símbolo dos Altos Graus do Rito Escocês Antigo e Aceito. Sua figura faz parte dos brasões do Grau 30 (Cavaleiro Kadosch), Grau 32 (Sublime Príncipe do Real Segredo) e Grau 33 (Inspetor Geral do Rito).



Além de estar presente nos brasões desses importantes graus, a águia bicéfala é a peça central do estandarte do Rito Escocês Antigo e Aceito.
A primeira referência histórica sobre a águia de duas cabeças é a do pássaro encontrado num antigo brasão da cidade de Lagash, na região da Suméria, atual Iraque, que existiu, possivelmente, há mais de quatro mil anos.
Posteriormente, encontramos a águia de duas cabeças como símbolo em estandartes, brasões ou bandeiras: no Império Bizantino, no Sacro Império Romano Germânico, no Império Russo (a partir do século XV) e nos emblemas da Sérvia,Montenegro e Toledo, entre outros povos.
De acordo com o livro História do Supremo Conselho do Grau 33 do Brasil, do escritor e pesquisador maçom KURT PROEBER: "a origem da Águia Bicéfala como emblema dos Supremos Conselhos, surgiu pela primeira vez na França em 1759 e foi usada pelo Conselho dos Imperadores do Oriente e do Ocidente".
O simbolismo da águia bicéfala é variado, contudo sua apresentação descrita no Apêndice da Grande Constituição Escocesa de 1786, nos permite interpretar o seu significado. O Artigo I dessa Grande Constituição estabelece que no centro do estandarte do Supremo Conselho haverá uma águia com duas cabeças, com asas abertas pretas, bicos e pés de ouro, segurando nas garras uma espada antiga, feita de ouro, da qual está pendente uma fita com as palavras DEUS MEUMQUE JUS (Deus e meu direito), escritas em dourado. A águia deve possuir acima das suas cabeças, uma coroa de ouro.

O Supremo Conselho do Brasil do Grau 33 para o R:.E:.A:.A:.
adota a águia bicéfala como elemento central do seu emblema.
A águia tem o significado histórico ligado ao poder imperial. Os exemplos mais evidentes são: a águia adotada como emblema pelo imperador Carlos Magno, na Idade Média, e a águia adotada como símbolo dos exércitos do antigo Império Romano (L'Aquila Romana).
Os exércitos romanos desfilavam nas cidades conquistadas
portando à frente a águia, como símbolo das suas legiões.
As duas cabeças, olhando simultaneamente para o lado direito e para o lado esquerdo, têm como significado o alcance do poder imperial, que se estende do Oriente ao Ocidente.
A coroa dourada é uma referência a Frederico II, rei da Prússia, monarca europeu que, conforme a tradição maçônica, foi o signatário simbólico da Grande Constituição Escocesa de 1786, considerado por alguns estudiosos como o primeiro Soberano Grande Comendador do Rito Escocês Antigo e Aceito.
A espada é um reconhecido símbolo da força de governar, ou seja, da força consolidada pelo poder da espada (poder militar).
As asas abertas simbolizam, entre outros aspectos, o antigo papel da águia como dominadora das alturas e de mitológica mensageira dos deuses.