Com a vontade pura e a retidão de propósitos deverá estar o Iniciado Maçom revestido ao ingressar junto à soleira do Templo para início de mais uma jornada de trabalho. Esotericamente o fará sempre com o lado esquerdo ligeiramente avançado para que os caminhos do magnetismo destrocêntrico possam se manifestar com maior amplitude já logo de sua chegada para o convívio inicial com seus irmãos que o aguardam.
A primeira limpeza espiritual começa a ser desencadeada nesta hora, quando não por vontade própria, mas por dever anímico, o maçom deverá entrar em um processo de “escaneamento das impurezas profanas”, senão extirpando, pelo menos lutando para cauterizar de seu âmago as amarguras da vida externa.
É nessa hora que o primeiro passo de um fenômeno que adiante será descrito começa a se apontar. Daí temos a importância do sentido de introspecção de que o maçom deve estar imbuído, pois o elo de ligação que nos une como se verdadeiros irmãos fôssemos, começará dentro da mística maçônica a se formar. Os comportamentos profanos nesta hora hão de se cessar para dar lugar senão ao respeito a cerimônia que se inicia ao menos em respeito a ética maçônica de que todos indistintamente devem observar.
Esotericamente antes dos Ir:. adentrarem ao templo, com um único golpe mântrico do bastão no chão mosaico o Augusto Irmão Mestre de Cerimônias ordena que os espíritos se elevem, pois os trabalhos logo se iniciarão. Esotericamente com esse golpe mântrico o som de propaga e atinge o cérebro, já intimamente ligado ao significado egregoral que, - disciplina e ordena a mente - a aug:. sessão irá começar, o sinal foi dado.
Mas é na abertura da loja, com a leitura do salmo 133 do Livro Sagrado Bíblia pelo Irmão Orador que o fenômeno da EGRÉGORA toma força. É quando o salmo 133 acena com a agradabilidade da convivência em união fraterna, e a compara com “o óleo precioso sobre a cabeça o qual desce para a barba, a barba de Aarão... é como o orvalho do Hermon que desce sobre os montes de Sião...ali ordena o Senhor sua benção e a vida para sempre...” o que quer traduzir que o amor fraterno é comparado ao óleo santo de consagração e ao orvalho que umedece Jerusalém dando vida à natureza.
Assim deve ser a convivência fraternal, a tudo que permeia e umedece como a fina borrasca de um final de madrugada.
No preciso momento da abertura do livro sagrado e no curso da leitura de uma passagem do Livro da Lei conforme o grau em que se abre a loja, inicia-se a formação da EGRÉGORA, assunto objeto desta modesta peça que começa a ser detalhado cujo campo maçônico se interlaça com o da espiritualidade.
Para se crer e entender o significado da EGRÉGORA impõe-se primeiramente acreditar na existência do espírito. Neste sentido a Constituição de Anderson em seu Landmark de número 20 (XX - Subsidiariamente à crença em um ENTE SUPREMO, é exigida, para a Iniciação, a crença numa vida futura.)exige do maçom uma crença na vida futura. E para não incorrer em erro substancial neste assunto de tamanha profundidade por este neófito “que não sabe ler nem escrever” e está longe de dominar, mas podemos ficar com a lição de Aristóteles (Estagira – Grécia 384 AC) e sua sabedoria grandiosa que distingue a alma do espírito: “A alma é o que move o corpo e percebe os objetos sensíveis; caracteriza-se pela auto nutrição, sensibilidade, pensamento e mobilidade; mas o espírito tem função mais elevada do pensamento que não tem relação com o corpo, nem com os sentidos”.
Para este discípulo de Platão, em sua inteligência universal, o Mundo surgiu de um Primeiro Motor - DEUS – IOD – (TETRAGRAMATON – nome sagrado e impronunciável do Senhor ). È ao mesmo tempo Potência e Ato. A primeira engrenagem do Universo.
Sob outro enfoque podemos dizer que o espírito apesar de não se constituir de matéria bruta é formado da união de um corpo físico, de um corpo mental (vital) e de um corpo astral (períspirito). Deste amálgama que ligado pela saliva divina surge o Homem. O Homem é espírito em movimento.
Mas é de uma zona física, períspiritica física, extracorpórea, que tangencia a cútis, é que partirá uma quantidade de energia, tênue e quase imperceptível, como um fio de névoa, para alguns até um estado quase que plasmático, como um rastro sutil de fumaça, formando um corpo protetor, livre de sua origem dos conceitos físicos de tempo-espaço.
Não emulado pela fé ou religião, mas força atômica, material e tangível. Um campo de força material. À saída destes corpos, sempre quando em assembleia reunida e neste caso, em Loja, dá-se o nome de EGRÉGORA.
Quanto à referência à doutrina, pode-se colher no ensinamento de J. Boucher a seguinte lição. “Chama-se egrégora uma entidade, um ser coletivo originado por uma assembleia, cada Loja possui a sua egrégora, cada obediência possui a sua, e a reunião de todas essas egrégoras forma a grande EGRÉGORA MAÇÔNICA”.
Rizzardo Da Camino em seu Grande Dicionário Maçônico ensina que Egrégora deriva do grego `egregorien` com o significado de velar ou vigiar. No Livro de Enoch está escrito que os anjos que haviam jurado velar sobre o Monte Hermon teriam se apaixonado pelas filhas dos homens, ligaram-se a elas.....que será tema de um próximo trabalho deste humilde ir:.
Papus, em seu magnífico “Tratado Elementar da Ciência Oculta” introduz a noção de que as egrégoras seriam imagens astrais geradas por uma coletividade.
Serge Marcotoune, iminente mestre do Martinismo russo, constata que a energia nervosa se manifesta por raios no plano astral. O plano astral estaria cheio de miríades de centelhas, flechas de cores das ideias-força. “Cada pensamento, cada ação a que se mistura um elemento passional de desejo, se transmite em ideia movimento dinâmica, completamente separada do ser que a forma e a envia, mas seguindo sempre a direção dada.
Essas ideias seguem sua curva traçada pelo desejo do remetente”. É por isso que precisamos controlar nossos desejos a fim de que eles não pesem sobre nós, acorrentando-nos, imprimindo à nossa aura cores diferentes. A meditação e a prece do iniciado regeneram seu ser, permitindo emitir ideias sadias e tranquilizantes para que no plano astral, os espíritos guias canalizem as ideias força para zonas determinadas.
Em A Chave da Magia Negra, Stanilas de Guaita afirma que no plano astral as coisas semelhantes aglutinam-se para criar um coletivo, graças às suas vibrações idênticas. “A egrégora, ser astral, possui seu eixo nesse plano e busca um ponto de apoio terrestre para se assegurar de formas estáveis”.
O maçom pode assim se aproximar dos seres superiores e elevados através somente do seu livre-arbítrio. No astral nascerão os germes das grandes associações, das grandes amizades, das grandes proteções.
Mas como as egrégoras estão em constante modificação, por força das variações das ideias força, não possuem um ponto de apoio.
Por isso a necessidade da concentração sem esforço durante a ritualística, para que essa egrégora possa permanecer o maior tempo possível ativa, constante e homogênea.
Emanuel Swedenborg diz que viajaremos em grupos unidos, sendo ensinados pelos diversos grupos de anjos que formam sociedades a parte agrupadas em um grande corpo por que segundo ele “o céu é um grande homem”.
O mestre Yeshuah (Jesus de Nazaré), citado pelo apóstolo Mateus, disse: “Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estarei entre eles”.
G. Descomier ( Phaneg ) representante do Martinismo(O martinismo é uma corrente espiritual procedente do teósofo francês Louis Claude de Saint-Martin. Contrariamente ao que frequentemente foi escrito, este último nunca fundou nenhuma seita, nem ordem iniciática. A sua obra é essencialmente teosófica e filosófica.) Francês, escreveu que “todo coletivo constitui na verdade uma família no plano espiritual. Por isso jamais se deve responder ao ódio com o ódio, porque então as duas egrégoras formariam uma aliança estreita para o mal.
Egrégora é uma forma pensamento que é criada por pensamentos e sentimentos, que adquire vida e que é alimentada pelas mentalizações e energias psíquicas. É uma entidade autônoma que se forma pela persistência e intensidade de correntes emocionais e mentais. Pensamentos e sentimentos fracos criam egrégoras mal definidas e de pouca vida ou duração, porém pensamentos e sentimentos fortes criam egrégoras poderosíssimas e de longa duração.
Existem egrégoras positivas que protegem, atraem boas energias e afastam cargas negativas, e egrégoras negativas que fortalecem o mal, canalizam forças negativas e repelem forças positivas.
Locais sagrados como as localidades de Aparecida do Norte (Brasil), Lourdes (França) e Fátima (Portugal), têm egrégoras poderosíssimas, formadas pela fé e mentalizações dos devotos, que acumulam as energias psíquicas dos fiéis, e quando alguém consegue canalizar para si as energias psíquicas acumuladas na egrégora provoca o conhecido “milagre”. Esta é a explicação oculta da realização de grande parte dos milagres que acontecem. Os locais possuem egrégoras formadas pelas energias psíquicas de seus frequentadores que as canalizam em seu benefício através da fé.
A origem do termo EGRÉGORA é a mesma de "gregário", do latim gregariu: o que faz parte da grei, ou seja, rebanho, congregação, sociedade, conjunto de pessoas. No plano da espiritualidade usa-se o nome egrégora para designar um grupo vibracional, um campo de energia sutil em que se congregam forças, pensamentos ou vibrações com um determinado objetivo.
A egrégora pessoal é formada pelas energias psíquicas da pessoa e principalmente pelos seus pensamentos. Assim, uma pessoa psiquicamente equilibrada e com pensamentos positivos, cria uma egrégora positiva. Do mesmo modo, uma pessoa desequilibrada emocionalmente e negativa cria uma egrégora negativa. Porque a egrégora é como um filho coletivo que se realimenta das mesmas emoções que a criaram.
O maçom correto deve ter plena convicção de que as suas aspirações e desejos de bem, ainda que em pensamentos, nenhuma se perde. Nossa vida deve produzir idéias força poderosas. Esse é o segredo da prece dos ditos “fracos”.
A maçonaria aceita a presença da Egrégora em suas sessões litúrgicas. A egrégora é uma “entidade” momentânea que subsiste enquanto o grupo está reunido. Para que ela surja é necessária a preparação ambiental, formada pelo som, pelo perfume do incenso e pelas vibrações dos presentes.
Estas vibrações devem ser puras. O maçom deve eliminar, ainda no átrio, todos os pensamentos inapropriados para o culto maçônico. A ritualística e a liturgia (É tudo aquilo que é próprio de um ritual e compreende a interpretação coerente dos símbolos, a prática continuada dos mistérios sem perder o fulcro nos princípios, preceitos e proposições. É o desenvolvimento do Rito, o seu espraiar, o seu desdobrar. ), preparam o surgimento da egrégora, no exato momento em que o Irmão Orador termina a leitura em voz alta, do trecho do livro sagrado, a egrégora forma-se brotando do altar como tênue fio espiritual para adquirir corpo etéreo com as características humanas. Os mais sensitivos percebem esta entidade, ela se mantém silenciosa mas atua de imediato, em cada maçom presente, dando-lhe a assistência espiritual de que necessita, manipulando as permutas de maçom para maçom, construindo assim a Fraternidade(Fraternidade é o laço de união entre os homens, fundado no respeito pela dignidade da pessoa humana e na igualdade de direitos entre todos os seres humanos.). Para cada loja forma-se uma egrégora específica.
Os céticos não aceitam esta entidade, porém os estudos aprofundados revelarão a possibilidade de seu surgimento. Porém, esta entidade não deve ser motivo de adoração pois é uma entidade formada pela força mental e pelas vibrações do conjunto. A egrégora é a materialização da força do maço enquanto em loja.
CONCLUSÕES
A egrégora pode ser associada à consciência de grupo, mas ela é, ao mesmo tempo, algo mais do que isso. Aprendemos que quando dois ou mais se reúnem em um esforço conjunto, é criado algo maior que a soma de seus esforços pessoais. Daí podemos comparar essa ideia à ideia de que o TODO é maior do que as partes que o compõem. Também não devemos nos esquecer que a egrégora de nossa Ordem inclui todos os maçons vivos e também aqueles que passaram pela transição e hoje vivem no Oriente Eterno. A egrégora é portanto o resultado de nosso pensamento criativo nos planos exotérico e esotérico do pensamento.
A egrégora surge em loja a partir do esforço e da meditação de cada irmão. É um ser diáfano(Transparente), que apesar de compacto deixa transparecer a luz que mesmo emana e absorve. Ela atua equilibrando as desigualdades emocionais e espirituais dos IIr:. em loja. Grande é sua atuação na CADEIA DE UNIÃO. E somente em Loja existe e existe oriunda da formação assemblear, onde todos nós irmãos, somos condôminos deste fenômeno.
Representa na sua forma mais sublime a expressão “ESTAR A COBERTO”. Mais do que um manto protetor(simbólico) configura para o maçom a materialização de sua fraternidade quando um pouco de si é ofertado, por um mecanismo sobrenatural e divino ao Irmão necessitado. Para tanto impõem-se as posturas mentais, espirituais e corpóreas mencionadas, não somente como um exercício de Virtudes Teologais (As virtudes teologais (fé, esperança e caridade) são dons infusos por Deus no momento do Batismo. ) ( Fé, Esperança e Caridade) e Cardiais (São chamadas virtudes "cardeais" porque são, poderíamos dizer, virtudes "fundamentais" ,Prudência, Temperança, Justiça e Coragem ), mas como também na visão Aristotélica de perfilar pelo caminho do justo meio o bem absoluto e teleológico do ser humano: a felicidade; que para nós pode ser simbolizada pelo alcançar do cume da ESCADA DE JACÓ, para que possamos um dia gozar com firme fé da glória do Grande Arquiteto Do Universo e ao seu lado tomarmos assento, para que possamos descobrir em cada Irmão nossos dons espirituais mais acanhados e possamos sempre nos orgulhar dos verdadeiros motivos que nos levam a estar em fraternidade, na esteira do pensamento do filósofo Immanuel Kant(- Immanuel Kant (1724-1804) foi um filósofo alemão, o fundador da Filosofia Crítica.), em seu imperativo categórico “age de tal modo que a máxima de tua ação possa ser elevada, por sua vontade, à categoria de lei, e de lei de universal observância”. Tudo isso para que possamos sempre contribuir para o crescimento espiritual de nossa loja, alijando o comportamento profano que obscurece a formação da egrégora.
Oportuna ainda a citação das palavras do maçom emérito Rizzardo da Camino em sua obra “O aprendiz maçom”, atinente ao assunto posto em pauta e que diz respeito também a ética maçônica:
“ Aqueles que ´nada veem`, que ´nada sentem` e que atuam “mecanicamente” que participam da cerimônia porque a isso foram conclamados pelo Venerável Mestre, devem aceitar o desafio de participação efetiva e espiritual. Então, só assim, hão de se dar conta que maçonaria não é um clube social ou recreativo.”
quarta-feira, 29 de março de 2017
Juramento e Compromisso Maçônico...
No caso que irei abordar e que será sobre a Maçonaria, é natural quando se fala em compromisso maçónico também se abordar simbióticamente o juramento maçónico. Tanto um como o outro são indissociáveis, porque um obriga ao outro e o mesmo, reciprocamente.
Durante o desenrolar de uma Iniciação Maçónica, no seu "ponto alto", o neófito concorda em submeter-se a um juramento onde assume como compromisso de honra, aceitar e respeitar as Regras, Usos e Costumes da Maçonaria bem como as regras e leis do país onde se encontra sediada a Obediência Maçónica e a respetiva Loja da qual irá fazer parte. Nomeadamente e de entre os vários princípios maçónicos que se aceitam cumprir, os mais conhecidos pelo mundo profano são a Fraternidade entre todos os Irmãos, a prossecução do espírito da Liberdade na Sociedade Civil e o sentimento de Igualdade entre todos.
Assim, assumir-se um compromisso com a Ordem Maçónica é assumir-se um compromisso pela Ordem e a bem da Ordem. Isto é que é o tão propalado estar à Ordem.
E estar-se é mais do que o ser-se! E digo isto porque qualquer um pode "o ser", mas "estar" apenas se encontra ao alcance de poucos...
Estar implica sacrifício, comprometimento, trabalho, prática e estudo, e isto de forma incansável e perene.
Por isto é que assumir um compromisso deste género e com a relevância que este tem, nunca deverá ser feito de forma leviana; o mesmo se passa com os outros compromissos que se assumem durante a nossa vida profana e que também não devem ser assumidos se não estivermos capacitados para os cumprir.
-Há que se ter a noção daquilo a que nos propomos a fazer-.
Por isso é que o compromisso maçónico é feito com a nossa Palavra e sobre a nossa Honra. Desvirtuar estas duas qualidades, é desvirtuar a própria Maçonaria.
Da mesma forma que, se não respeitarmos a nossa palavra e não mantivermos a nossa dignidade na sociedade civil, também não somos dignos de nela estarmos integrados e sofreremos as consequências ou punições que forem legitimadas pelas leis do país.
De certa maneira, a Maçonaria atua e se assemelha com a sociedade profana, com as suas leis e os seus costumes, competindo aos maçons respeitar a sua aplicação e observar o seu cumprimento. É mais que um dever ou obrigação tal. É a assumpção que assim o deve ser e nada mais!
Porque assim tem funcionado há quase três séculos e o deverá continuar a ser noutros tantos...
Aliás, ainda na Maçonaria contemporânea se encontra algo que dificilmente se encontra na profanidade atualmente, ou seja, o valor da palavra sobre a escrita. O que não deixa de ser curioso dados os tempos que correm.
Nesta Augusta Ordem, ainda hoje aquilo que um maçom afirma tem um valor tal, que se poderá assumir que não necessitará de ser escrito para que o seja considerado; basta se dizer, que assim o será.
O tal "contrato verbal" na Maçonaria ainda hoje tem lugar. E somente pessoas de bons costumes o usam fazer, pois a sua honra e a sua conduta serão sempre os seus melhores avalistas.
Não obstante, o compromisso maçónico ao ser albergado por um juramento, obriga a que quem se submete a ele, o faça de forma permanente. Não se jura somente aquilo que gostamos ou somente aquilo que nos dá jeito cumprir.
Quando entramos para a Maçonaria sabemos que, tal como noutra associação ou organização qualquer, existem regras e deveres para cumprir; pelo que o cooptado compromete-se em respeitar integralmente todas as regras e deveres que existem na sua Obediência. E quem age assim, fá-lo porque decidiu livremente que o quer fazer e não porque alguém a tal o obriga.
E uma vez que a adesão à Maçonaria se faz por vontade própria, aborrece-me bastante (para não ser mais acutilante ainda...) assistir ou ter conhecimento de casos em que este juramento foi atraiçoado e em que os compromissos assumidos perante todos, foram deliberadamente e conscientemente esquecidos.
Será que quem age desta forma, poderá ser reconhecido como um verdadeiro maçom?
Ou será apenas gente que simplesmente enverga um avental e um par de luvas brancas nas sessões da sua Loja?
Em alguns casos destes, creio que foram pessoas que entraram na Maçonaria, mas que por sua vez, a Maçonaria certamente não entrou neles...
Algumas vezes, infelizmente, isto pode acontecer porque quem vem para a Maçonaria vem "desavisado", isto é, pouco conhece ou percebe o que é a Maçonaria e o que ela representa, "vem ao escuro" por assim dizer, e caberá a quem apadrinha uma candidatura maçónica, informar ou retirar algumas dúvidas que se ponham ao seu futuro afilhado e consequente irmão. Em última instância, devem os responsáveis pelas inquirições que decorrem no âmbito de um processo de candidatura maçónica, no momento das entrevistas aos candidatos, terem a sensibilidade para se aperceberem do desconhecimento do entrevistado sobre os princípios e causas que movem os maçons e sobre a Ordem da qual este manifesta a vontade de vir a fazer parte, e nesse caso, serem os próprios inquiridores nessas alturas em concreto, a efetuar o trabalho que deveria ter sido feito anteriormente pelo proponente da referida candidatura, no que toca a esclarecer o profano e a fornecer-lhe as informações que lhe sejam necessárias para que esta (possível) adesão possa decorrer sem sobressaltos, nem que esta admissão venha a causar problemas (previsíveis!) no futuro, seja para a respetiva Loja ou até mesmo para a Obediência que porventura o vier a acolher.
Todavia, normalmente no momento do juramento maçónico, o neófito fá-lo sem saber/compreender o que estará a jurar e para o que estará a jurar, pois o véu que o cobre na sua Iniciação é de tal densidade que muitas vezes somente passado algum tempo é possível se perceber o juramento que se fez e o compromisso que se tomou, e que por vezes pode ser diferente daquilo que são as crenças pessoais e respetiva forma de estar de cada um ou até mesmo porque se acreditava que se "vinha para uma coisa e afinal se encontrou outra"...
E o trabalho que um padrinho deve desenvolver com o seu afilhado durante a formação deste tanto como a responsabilidade que assumiu perante o afilhado e a Ordem ao subscrever a candidatura dele, serão fulcrais neste tipo de situação concreta. O padrinho (pelo dever moral) e a Loja em si (porque é um dever da loja acompanhar e tentar integrar corretamente os Irmãos nos valores maçónicos) devem tentar perceber o motivo pelo qual alguém se "distancia" da Maçonaria. E apenas ulteriormente, se for caso disso, devem aconselhar a um possível adormecimento desse irmão por não ser do seu intento continuar a pertencer a algo com o qual não se identifique mais.
Pelo que desta forma se prevenirão certos casos e eventuais "lavagens de roupa suja" ou fugas de informação que poderão surgir, as quais na sua maioria nem sequer são informações plausíveis nem verídicas sequer, pelo que apenas posso especular que estas ocorrências se devem a paixões e vícios mal combatidos e nem sequer evitados... E como se costuma dizer, "o mal corta-se pela raiz", pelo que "as desculpas devem evitar-se"...
E quem entra na Maçonaria deve ter a noção que as suas atitudes já não lhe dirão respeito apenas a si, mas a todos os integrantes desta Augusta Ordem, a conduta de um maçom estará sempre sob um fino crivo pela sociedade e sempre debaixo do escrutínio de todos, seja de fora ou internamente. - Porque um, pode sempre e a qualquer momento, "por em xeque" os demais -. E ter esta noção e assumir esta responsabilidade é algo que deve ser intrínseco desde os primeiros momentos de vida maçónicos.
Já não é o Nuno, o X ou o Y que fazem isto ou aquilo, serão os maçons Nuno, X ou Y que o fazem... Logo é a Maçonaria na sua generalidade que será atentada com a má conduta que os seus membros possam ter, para além da Ordem poder vir a ser acusada de cumplicidade pelos atos efetuados pelos seus membros.
Assumir que a nossa forma de estar e agir condiciona e se reflete na Maçonaria é um dos maiores compromissos que os maçons poderão tomar. Tanto que o dever de honrar a nossa Obediência, a nossa Loja e a Maçonaria em geral, deve permanentemente se encontrar na mente de todos os maçons.
Um juramento implica obrigações, e jurar ser-se maçom, mas fundamentalmente ser-se reconhecido maçom pelos nossos iguais, implica que sejamos maçons a "tempo inteiro" e não apenas às segundas-feiras ou quintas-feiras de manhã ou à noite, ou quando nos dará mais jeito, é sempre!
Sermos maçons, não é quando visitamos a loja e usamos os respetivos paramentos. Não basta envergarmos um avental, calçar umas luvas brancas e fazer uns "gestos estranhos", é muito mais que isso! É cumprir preceitos, rituais e trabalhar em prol da Ordem.
E se não estivermos prontos para tal, de nada valerão os juramentos que fizermos, porque nunca nos iremos comprometer com nada na realidade e em último caso, nem sequer reconhecidos como tal seremos.
E a palavra persistirá perdida...
Créditos devidos ao autor Ir.'. Nuno Raimundo
Jacques De Molay
Dia 18 de março, a anos atrás nosso herói mártir Jacques du Bourgogne De Molay foi queimado vivo para satisfazer o desejo ambicioso de um rei por poder e dinheiro.
Aos 21 anos de idade, Jacques De Molay entrou para a Ordem dos Cavaleiros Templários. Estes eram uma organização sancionada pela Igreja Católica Romana de 1128, para proteger e guardar as estradas entre Jerusalém e Acre, um importante porto da cidade no Mar Mediterrâneo. A Ordem dos Cavaleiros Templários participou das Cruzadas, e conquistou um nome de valor e heroísmo.
Nobres e príncipes enviaram seus filhos para serem Cavaleiros Templários, e isso fez com que a Ordem passasse a ser muito rica e popular em toda a Europa.
Em 1298, Jacques De Molay foi nomeado Grande Mestre dos Cavaleiros, uma posição de poder e prestígio. Jacques De Molay assumiu o cargo após a morte de seu antecessor Teobaldo Gaudini no mesmo ano (1298).
Como Grande Mestre, Jacques De Molay passou por uma difícil posição pois as cruzadas não estavam atingindo seus objetivos. O anticristianismo sarraceno derrotou as Cruzadas em batalhas capturando algumas cidades e portos vitais dos Cavaleiros Templários e os Hospitaleiros (outra ordem de cavalaria), restaram apenas um único grupo do confronto contra os Sarracenos.
Os Cavaleiros Templários resolveram se reorganizar e readquirir sua força. Eles viajaram para a Ilha de Chipre, esperando pelo público geral para levantar-se em apoio à outra Cruzada.
Em vez de apoio público; como sempre, os Cavaleiros atraíram a atenção dos poderosos Lordes. Em 1305, Filipe IV "o Belo", rei da França, resolveu obter o controle dos Templários para impedir uma ascensão no poder da Igreja. O Rei era amigo de Jacques De Molay (um de seus filhos era afilhado de Jacques De Molay, Delfim Carlos, que mais tarde se chamaria Carlos IV e seria rei da França). Mesmo sendo seu amigo, o rei da França com toda a sua ganância tentou juntar a ordem dos Templários e a ordem dos Hospitaleiros, pois sentiu que as duas ordens formavam uma grande potência econômica. Filipe IV sabia que a Ordem dos Templários, possuía várias propriedades e outros tipos de riqueza, doados pelos que um dia, haviam recebido a ajuda dos Templários em várias cruzadas pela Europa.
Sem obter o sucesso desejado, que era a de juntar as duas ordens e se transformar em um líder absoluto, o rei da França armou um plano para acabar com a Ordem dos Templários. Usando um nobre francês de nome Esquin de Floyran. O nobre francês teria como missão denegrir a imagem dos templários e de seu Grão Mestre Jacques De Molay, e como recompensa Esquin de Floyran receberia terras pertencentes aos Templários logo após derrubá-los.
O ano de 1307 viu o começo da perseguição aos Cavaleiros. Apesar de possuir um exército com cerca de 15 mil homens, Jacques De Molay havia ido a França para o funeral de uma Princesa da casa Real Francesa e havia levado consigo poucos homens, sendo esses todos nobres. Na madrugada de 13 de outubro Jacques De Molay, juntamente a seus amigos, foram capturados e lançados nas masmorras pelo chefe real Guilherme de Nogaret (este era um de seus conselheiros) .
Durante sete anos, Jacques De Molay e os Cavaleiros sofreram torturas e viveram em condições subumanas. Enquanto os Cavaleiros não se dobravam, Filipe IV gerenciava as forças do Papa Clement para condenar os Templários. Suas riquezas e propriedades foram confiscadas e dadas a proteção de Filipe.
Após três julgamentos, Jacques De Molay continuou sendo leal para com seus amigos e Cavaleiros. Ele se recusou a revelar o local das riquezas da Ordem, e recusou-se a denunciar seus companheiros. Em 18 de Março de 1314, ele foi levado à Corte Especial. Como evidências, a Corte dependia de confissões forjadas, supostamente assinadas por Jacques De Molay. Ele desmentiu as confissões forjadas. Sob as leis da época, a pena por desmentir uma confissão, era a morte. Jacques De Molay foi julgado pelo Papa Clemente, e assim como Jacques Demolay, outro Cavaleiro, Guy D'Auvergne, desmentiu sua confissão e ambos foram condenados . O Rei Filipe ordenou que ambos fossem queimados naquele mesmo dia, e deste modo a história de Jacques De Molay se tornou um testemunho de lealdade e companheirismo. De Molay veio a falecer aos seus 70 anos de idade no dia 18 de Março de 1314.
Jacques De Molay durante sua morte na fogueira intimou aos seus três algozes, a comparecer diante do tribunal de Deus, amaldiçoando os descendentes do Rei da França, Filipe o Belo. O primeiro a morrer foi o Papa Clemente V, logo em seguida o Chefe da guarda e conselheiro real Guilherme de Nogaret e no dia 27 de novembro de 1314 morreu o rei Filipe IV com seus 46 anos de idade.
A Última Prece de Jacques De Molay :
"Senhor, permiti-nos refletir sobre os tormentos que a iniqüidade e a crueldade nos fazem suportar. Perdoai, oh meu Deus, as calunias que trouxeram a destruição à Ordem da qual Vossa Providência me estabeleceu chefe. Permiti que um dia o mundo, esclarecido, conheça melhor os que se esforçam em viver para Vós. Nós esperamos, da Vossa Bondade, a recompensa dos tormentos e da morte que sofremos para gozar da Vossa Divina Presença nas moradas bem-aventuradas. Vós, que nos vedes prontos a perecer nas chamas, vós julgareis nossa inocência. Intimo o papa Clemente V em quarenta dias e Felipe o Belo em um ano, a comparecerem diante do legítimo e terrível trono de Deus para prestarem conta do sangue que injusta e cruelmente derramaram."
Fica nossa homenagem a este grande herói, que para sempre ficará em nossas lembranças como exemplo de companheirismo e lealdade.
quarta-feira, 22 de março de 2017
As civilizações do Crescente Fértil e o Rito Escocês Antigo e Aceito (Introdução)
Para entender o contexto geográfico em que ocorreram alguns episódios estudados no Rito Escocês Antigo e Aceito, é necessário analisar com detalhes a região denominada Crescente Fértil, também conhecida como o Berço da Civilização.
A região do Crescente Fértil abrange o seguintes países: Jordânia, Líbano, Palestina, Israel, parte da Síria, do Irã, da Turquia, do Iraque e do Egito.
A região do Crescente Fértil localiza-se na
extremidade oriental do Mar Mediterrâneo.
Do ponto de vista continental, o Crescente Fértil é uma região de passagem entre a África e a Ásia, que inclui os vales dos rios Nilo, Jordão, Tigre e Eufrates.
A região do Crescente Fértil recebeu este nome por duas razões: a primeira pelo fato da sua área ter o formato de uma lua no quarto crescente e a segunda pela fertilidade do solo, em razão dessa área ser banhada por grandes rios.
Os rios da região do Crescente Fértil forneciam água e alimentos(pesca e agricultura) para as populações locais e serviam como vias de transporte de pessoas e de mercadorias, proporcionando a fixação de tribos nômades nas proximidades daqueles rios.
As bases do progresso dos grandes impérios da Antiguidade da região do Crescente Fértil foram: a abundância de água potável, a fertilidade do solo resultante da cheias do rios, a navegação fluvial e a grande utilização da agricultura irrigada.
Na região do Crescente Fértil, importantes civilizações se destacaram, como: a egípcia, a hebraica e a babilônica. Esse desenvolvimento foi possível devido à criação de sistemas de governo específicos (monarquias, teocracias, patriarcados etc.); do desenvolvimento de técnicas agrícolas adequadas (irrigação, semeadura etc.), da criação da escrita (hieroglífica, cuneiforme etc.), da consolidação das religiões locais (politeísmos e monoteísmos), do desenvolvimento do artesanato (carpintaria, metalurgia, tecelagem etc.) e da evolução das técnicas de construção.
Na Ásia, os rios Indo e Amarelo também proporcionaram o surgimento de importantes civilizações da Antiguidade.
As civilizações do Crescente Fértil e o Rito Escocês Antigo e Aceito - Egito (Parte 2)
A segunda ligação importante do Rito Escocês Antigo e Aceito com o Egito Antigo refere-se ao período de aproximadamente 430 anos em que o povo hebreu, conduzido por Jacó (ou Jacob, ou Yaakov, ou Israel), foi morar na fértil região de Gósen, próxima ao delta do rio Nilo, a convite do faraó, sendo depois escravizado.
Percurso das doze tribos de Israel, partindo de Canaã rumo a Gósen. Essa era uma área fértil na região onde Rio Nilo deságua no Mar Mediterrâneo.
Na saída da árida região de Canaã para as terras do Egito, Jacó foi acompanhado por seus onze filhos.
Nessa época, José (que também era filho de Jacó) já ocupava no Egito o posto de ministro do faraó.
Durante o período em que permaneceram no Egito, José e seus onze irmãos deram origem às doze tribos de Israel.
Os doze filhos de Jacó (ou Israel) que se estabeleceram no Egito e originaram as doze tribos foram: Rubén, Simeão, Levi, Judá, Dã, Naftali, Gade, Asser, Issacar, Zebulom, José (Efraim e Manassés) e Benjamim.
A tribo oriunda de Levi, foi designada para a realização das tarefas religiosas e não possuía um território próprio.
A tribo de José foi dividiu-se nas tribos de Efraim e Manassés.
Os 12 filhos de Jacó foram gerados com 4 mulheres, sendo duas esposas (Raquel e Lia) e duas concubinas (Bila e Zilpa), com a seguinte filiação:
Com o passar do tempo, após a morte do antigo do faraó e o rápido crescimento populacional das 12 tribos de Israel, o novo faraó, receoso do grande número de israelitas, decidiu escravizar o povo hebreu, a fim de mantê-lo totalmente sob controle.
Após serem tomados como escravos, os hebreus, que até então eram um povo agrícola, tiveram que aprender o ofício da alvenaria, e passaram a trabalhar para os egípcios na construção de templos, palácios e aquedutos. Ou seja, é nesse período que os hebreus têm seus primeiros contatos com a Arte Real, uma ocasião importante em que assimilaram as técnicas que iriam utilizar posteriormente na construção do Templo de Salomão.
Os hebreus eram utilizados na confecção
de tijolos e nas diversas construções egípcias
No Rito Escocês Antigo e Aceito, o Grau 19 (Grande Pontífice, ou Sublime Escocês) trata dos nomes das 12 tribos de Israel e descreve seus significados, tendo como ponto de partida o estudo da Jerusalém Celeste.
De acordo com o Livro da lei (ou Bíblia Sagrada), as 12 portas da Jerusalém Celeste receberão os nomes de cada uma das 12 tribos de Israel.
Painel do Grau 19 (Grande Pontífice)
com a Jerusalém Celeste ao centro.
Percurso das doze tribos de Israel, partindo de Canaã rumo a Gósen. Essa era uma área fértil na região onde Rio Nilo deságua no Mar Mediterrâneo.
Na saída da árida região de Canaã para as terras do Egito, Jacó foi acompanhado por seus onze filhos.
Nessa época, José (que também era filho de Jacó) já ocupava no Egito o posto de ministro do faraó.
Durante o período em que permaneceram no Egito, José e seus onze irmãos deram origem às doze tribos de Israel.
Os doze filhos de Jacó (ou Israel) que se estabeleceram no Egito e originaram as doze tribos foram: Rubén, Simeão, Levi, Judá, Dã, Naftali, Gade, Asser, Issacar, Zebulom, José (Efraim e Manassés) e Benjamim.
A tribo oriunda de Levi, foi designada para a realização das tarefas religiosas e não possuía um território próprio.
A tribo de José foi dividiu-se nas tribos de Efraim e Manassés.
Os 12 filhos de Jacó foram gerados com 4 mulheres, sendo duas esposas (Raquel e Lia) e duas concubinas (Bila e Zilpa), com a seguinte filiação:
Com o passar do tempo, após a morte do antigo do faraó e o rápido crescimento populacional das 12 tribos de Israel, o novo faraó, receoso do grande número de israelitas, decidiu escravizar o povo hebreu, a fim de mantê-lo totalmente sob controle.
Após serem tomados como escravos, os hebreus, que até então eram um povo agrícola, tiveram que aprender o ofício da alvenaria, e passaram a trabalhar para os egípcios na construção de templos, palácios e aquedutos. Ou seja, é nesse período que os hebreus têm seus primeiros contatos com a Arte Real, uma ocasião importante em que assimilaram as técnicas que iriam utilizar posteriormente na construção do Templo de Salomão.
Os hebreus eram utilizados na confecção
de tijolos e nas diversas construções egípcias
No Rito Escocês Antigo e Aceito, o Grau 19 (Grande Pontífice, ou Sublime Escocês) trata dos nomes das 12 tribos de Israel e descreve seus significados, tendo como ponto de partida o estudo da Jerusalém Celeste.
De acordo com o Livro da lei (ou Bíblia Sagrada), as 12 portas da Jerusalém Celeste receberão os nomes de cada uma das 12 tribos de Israel.
Painel do Grau 19 (Grande Pontífice)
com a Jerusalém Celeste ao centro.
As civilizações do Crescente Fértil e o Rito Escocês Antigo e Aceito - Os Hebreus (Parte 3)
Dando continuidade ao estudo sobre as relações da tradição hebraica com o Rito Escocês Antigo e Aceito.
O Grau 28 (Cavaleiro do Sol, ou Príncipe Adepto) é o primeiro a ser destacado. A doutrina desse grau é influenciada pelos ensinamentos da Cabala (ou Kabbalah).
Nos trabalhos do Grau 28, são estudados os eventos relacionados à criação do primeiro Homem, na forma ensinada pela tradição hebraica.
De acordo com a Kabbalah, o primeiro homem foi o Adão Kadmon (o homem primordial, o homem cósmico), gerado à semelhança do seu Criador.
O presidente da Câmara Filosófica do Grau 28 tem o título distintivo de Adão.
No Grau 28, o personagem Adão é apresentado antes de ter cometido sua desobediência a Deus e representa o Sol. Nesse grau, o Adão Kadmon representa também a pureza e a inocência virtudes que o Homem possuía antes da sua queda, ou seja, antes de ter cometido o pecado original.
O Pecado Original é a doutrina cristã que explica como foi inserido
o pecado no mundo, através da desobediência de Adão e Eva,
que comeram o fruto da Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal.
A Câmara Filosófica do Grau 28 representa o Jardim do Éden. Nesse Grau, o Presidente é acompanhado por sete anjos da Cabala (Miguel, Gabriel, Uriel, Zrahiel, Hhamaliel, Rafael e Tsaphiel), os quais simbolizam os sete planetas conhecidos na Antiguidade Hebraica (Lua, Mercúrio, Vênus, Marte Sol, Júpiter e Saturno).
Segundo a tradição Judaica, os anjos Miguel, Rafael, Gabriel e Uriel
fazem parte da ordem dos arcanjos, a mais alta hierarquia dos anjos.
Com base na doutrina do Grau 28, a imagem de Adão relacionada ao Sol pode simbolizar que este personagem é a fonte de toda a vida humana, da mesma forma que o Sol é a fonte original de toda a vida na Terra.
O Grau 28 (Cavaleiro do Sol, ou Príncipe Adepto) é o primeiro a ser destacado. A doutrina desse grau é influenciada pelos ensinamentos da Cabala (ou Kabbalah).
Nos trabalhos do Grau 28, são estudados os eventos relacionados à criação do primeiro Homem, na forma ensinada pela tradição hebraica.
De acordo com a Kabbalah, o primeiro homem foi o Adão Kadmon (o homem primordial, o homem cósmico), gerado à semelhança do seu Criador.
O presidente da Câmara Filosófica do Grau 28 tem o título distintivo de Adão.
No Grau 28, o personagem Adão é apresentado antes de ter cometido sua desobediência a Deus e representa o Sol. Nesse grau, o Adão Kadmon representa também a pureza e a inocência virtudes que o Homem possuía antes da sua queda, ou seja, antes de ter cometido o pecado original.
O Pecado Original é a doutrina cristã que explica como foi inserido
o pecado no mundo, através da desobediência de Adão e Eva,
que comeram o fruto da Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal.
A Câmara Filosófica do Grau 28 representa o Jardim do Éden. Nesse Grau, o Presidente é acompanhado por sete anjos da Cabala (Miguel, Gabriel, Uriel, Zrahiel, Hhamaliel, Rafael e Tsaphiel), os quais simbolizam os sete planetas conhecidos na Antiguidade Hebraica (Lua, Mercúrio, Vênus, Marte Sol, Júpiter e Saturno).
Segundo a tradição Judaica, os anjos Miguel, Rafael, Gabriel e Uriel
fazem parte da ordem dos arcanjos, a mais alta hierarquia dos anjos.
Com base na doutrina do Grau 28, a imagem de Adão relacionada ao Sol pode simbolizar que este personagem é a fonte de toda a vida humana, da mesma forma que o Sol é a fonte original de toda a vida na Terra.
As civilizações do Crescente Fértil e o Rito Escocês Antigo e Aceito - Os Hebreus (Parte 4)
Dando continuidade ao estudo sobre as relações da tradição hebraica com o Rito Escocês Antigo e Aceito.
As migrações do povo hebreu são objetos de análise em vários graus do Rito Escocês Antigo e Aceito.
As principais razões que levaram os hebreus a esses deslocamentos demográficos foram: a necessidade de água e de novos pastos, as guerras e a busca pela Terra Prometida.
Veja na figura abaixo, as mais importantes migrações narradas na tradição hebraica.
Segundo a mitologia hebraica, o nomadismo hebreu tem início com a expulsão de Adão e Eva do Jardim do Éden e estende-se ao longo da Antiguidade.
O quadro abaixo destaca algumas migrações dos hebreus que são analisadas nos Altos Graus do Rito Escocês Antigo e Aceito.
A vida itinerante fez com que a economia hebraica se organizasse em torno de atividades que pudessem acompanhar suas caravanas, tais como o pequeno comércio e a criação de gado.
Em virtude do nomadismo, um dos principais focos da economia dos hebreus foi a pecuária de caprinos e ovinos (bodes, carneiros, ovelhas e cabras). A opção por esses animais ocorreu em razão deles serem resistentes ao clima árido, da facilidade com que se deslocavam, além de serem excelentes fontes de leite, carne e lã.
A Torah narra que Abraão, o primeiro
patriarca hebreu, sacrificou um cordeiro
como sinal de adoração ao Deus Único.
Ao longo dos séculos, a tradição hebraica incluiu esses animais na cultura e desenvolveu festejos, rituais e cultos, onde bodes, ovelhas, cordeiros e cabras faziam parte das cerimônias, seja como oferendas sacrificiais ou como alimentos da celebração.
Com passar do tempo, ser proprietário de um grande rebanho assumiu, entre os hebreus, o significado de bom status social e de riqueza material.
Além do Rito Escocês Antigo e Aceito, a simbologia associada aos ovinos e caprinos influenciou outros segmentos da Maçonaria, bem como o Cristianismo como um todo.
O cordeiro assentado sobre o
Livro com os Setes Selos é um
importante símbolo do Rito Adonhiramita.
A tradição cristã associa Jesus Cristo
tanto ao Bom Pastor, que dá a vida por
suas ovelhas, quanto ao Cordeiro de Deus,
que tira os pecados do mundo.
As migrações do povo hebreu são objetos de análise em vários graus do Rito Escocês Antigo e Aceito.
As principais razões que levaram os hebreus a esses deslocamentos demográficos foram: a necessidade de água e de novos pastos, as guerras e a busca pela Terra Prometida.
Veja na figura abaixo, as mais importantes migrações narradas na tradição hebraica.
Segundo a mitologia hebraica, o nomadismo hebreu tem início com a expulsão de Adão e Eva do Jardim do Éden e estende-se ao longo da Antiguidade.
O quadro abaixo destaca algumas migrações dos hebreus que são analisadas nos Altos Graus do Rito Escocês Antigo e Aceito.
A vida itinerante fez com que a economia hebraica se organizasse em torno de atividades que pudessem acompanhar suas caravanas, tais como o pequeno comércio e a criação de gado.
Em virtude do nomadismo, um dos principais focos da economia dos hebreus foi a pecuária de caprinos e ovinos (bodes, carneiros, ovelhas e cabras). A opção por esses animais ocorreu em razão deles serem resistentes ao clima árido, da facilidade com que se deslocavam, além de serem excelentes fontes de leite, carne e lã.
A Torah narra que Abraão, o primeiro
patriarca hebreu, sacrificou um cordeiro
como sinal de adoração ao Deus Único.
Ao longo dos séculos, a tradição hebraica incluiu esses animais na cultura e desenvolveu festejos, rituais e cultos, onde bodes, ovelhas, cordeiros e cabras faziam parte das cerimônias, seja como oferendas sacrificiais ou como alimentos da celebração.
Com passar do tempo, ser proprietário de um grande rebanho assumiu, entre os hebreus, o significado de bom status social e de riqueza material.
Além do Rito Escocês Antigo e Aceito, a simbologia associada aos ovinos e caprinos influenciou outros segmentos da Maçonaria, bem como o Cristianismo como um todo.
O cordeiro assentado sobre o
Livro com os Setes Selos é um
importante símbolo do Rito Adonhiramita.
A tradição cristã associa Jesus Cristo
tanto ao Bom Pastor, que dá a vida por
suas ovelhas, quanto ao Cordeiro de Deus,
que tira os pecados do mundo.
O Dilúvio Universal e o Rito Escocês Antigo e Aceito
Ao longo da história das antigas civilizações, a ocorrência das grandes catástrofes era entendida como um castigo divino.
As mitologias antigas narram que os cataclismos aconteciam devido à insatisfação de Deus (ou dos deuses) com os comportamentos da raça humana.
Uma das mais tradicionais catástrofes enviadas pelas divindades eram os dilúvios.
Conforme o Antigo Testamento,
Noé foi o encarregado de
proteger a humanidade do Dilúvio.
No Rito Escocês Antigo e Aceito, a mitologia do Dilúvio Universal é apresentada pela história hebraica da Arca de Noé, narrada no Antigo Testamento.
A simbologia em torno da história de Noé e de seus descendentes é tão importante que originou a tradição da Maçonaria Noaquita, a qual influenciou a formação do Grau 21 (Cavaleiro Noaquita), do Grau 22 (Cavaleiro do Real Machado) e do Grau 32 (Sublime Príncipe do Real Segredo) do Rito Escocês Antigo e Aceito.
A Maçonaria Noaquita propõe que os pedreiros que deram origem à tradição maçônica trabalharam na construção da Torre de Babel, sob o comando do Mestre Arquiteto Phaleg (ou Peleg), a mando do rei Nimrode (ou Nimrod, ou Ninrode).
A crença da Maçonaria Noaquita se complementa à da Maçonaria Hiramítica, a qual afirma que a tradição maçônica se origina com os trabalhadores do 1º Templo de Jerusalém (ou Templo de Salomão), os quais eram comandados pelo Mestre Arquiteto Hiram Abbiff.
Contrariando a vontade de Deus, Nimrod
desejava construir uma enorme torre na cidade
de Babel, que servisse de abrigo contra futuros dilúvios.
As mitologias antigas narram que os cataclismos aconteciam devido à insatisfação de Deus (ou dos deuses) com os comportamentos da raça humana.
Uma das mais tradicionais catástrofes enviadas pelas divindades eram os dilúvios.
Conforme o Antigo Testamento,
Noé foi o encarregado de
proteger a humanidade do Dilúvio.
No Rito Escocês Antigo e Aceito, a mitologia do Dilúvio Universal é apresentada pela história hebraica da Arca de Noé, narrada no Antigo Testamento.
A simbologia em torno da história de Noé e de seus descendentes é tão importante que originou a tradição da Maçonaria Noaquita, a qual influenciou a formação do Grau 21 (Cavaleiro Noaquita), do Grau 22 (Cavaleiro do Real Machado) e do Grau 32 (Sublime Príncipe do Real Segredo) do Rito Escocês Antigo e Aceito.
A Maçonaria Noaquita propõe que os pedreiros que deram origem à tradição maçônica trabalharam na construção da Torre de Babel, sob o comando do Mestre Arquiteto Phaleg (ou Peleg), a mando do rei Nimrode (ou Nimrod, ou Ninrode).
A crença da Maçonaria Noaquita se complementa à da Maçonaria Hiramítica, a qual afirma que a tradição maçônica se origina com os trabalhadores do 1º Templo de Jerusalém (ou Templo de Salomão), os quais eram comandados pelo Mestre Arquiteto Hiram Abbiff.
Contrariando a vontade de Deus, Nimrod
desejava construir uma enorme torre na cidade
de Babel, que servisse de abrigo contra futuros dilúvios.
Os sinais secretos maçônicos e o Rito Escocês Antigo e Aceito (Parte 4)
Dando continuidade aos estudos do Blog do Consistório Nº 1 sobre os sinais secretos da Maçonaria e o Rito Escocês Antigo e Aceito.
Os sinais secretos da Maçonaria possuem 3 origens principais:origens místicas ou esotéricas, origens históricas e origens mitológicas.
No Rito Escocês Antigo e Aceito são várias as origens mitológicas e históricas dos sinais maçônicos, especialmente nos Altos Graus (do Grau 4 ao Grau 33).
No Grau 31 (Grande Inspetor Inquisidor Comendador), o sinal do Grau refere-se à passagem do Antigo Testamento, na qual Moisés recebe de Yahweh, o Deus Único do Povo Escolhido, as tábuas de pedra que continham os 10 mandamentos (ou Tábuas do Decálogo) que serviriam como orientação moral ao Povo Escolhido.
As Tábuas do Decálogo foram recebidas no alto do Monte Sinai.
No Grau 30 (Cavaleiro Kadosh) o sinal do Grau está relacionado à mitologia que narra a vingança da Ordem dos Cavaleiros Templários, em razão da morte do seu Grão Mestre, Jacques DeMolay.
Dramatização sobre a morte de Jacques DeMolay No Grau 29 (Grande Escocês de Santo André), o sinal do Grau relembra a tradição cristã que narra a morte do apóstolo Santo André, padroeiro da Escócia.
No Grau 18 (Cavaleiro Rosacruz), o sinal do Grau refere-se à passagem do Novo Testamento na qual Jesus Cristo se autodenomina o Bom Pastor.
O símbolo do Bom Pastor é usado comumente
nas vestimentas eclesiásticas.
No Grau 14 (Perfeito e Sublime Maçom), o sinal do Grau está relacionado à passagem do Antigo Testamento na qual Yahweh, o Deus Único do povo hebreu, se apresenta ao patriarca Moisés na forma de uma sarça (arbusto) ardente.
O episódio da sarça ardente relata o momento em que Yahweh
orientou Moisés de como tirar do povo da escravidão no Egito.
No Grau 12 (Grão Mestre Arquiteto), o sinal do Grau refere-se à fase final da construção do 1º Templo de Jerusalém (ou Templo de Salomão).
O sinal do Grau 9 (Mestre Eleito do Nove) está relacionado ao mito maçônico que relata a equivocada vingança realizada por Johaben, em razão do assassinato do Mestre Arquiteto do Templo de Salomão, Hiram Abbiff.
Concluindo o estudo sobre os sinais secretos maçônicos e o Rito Escocês Antigo e Aceito.
Cada sinal maçônico foi criado a partir de um importante motivo e está ligado ao conjunto dos ensinamentos da Maçonaria.
Inicialmente é necessário afirmar que os sinais, gestos e posturas maçônicos são os elementos centrais na execução dos rituais maçônicos e marcam cada momento das suas cerimônias.
O gesto maçônico de entregar o malhete marca o
momento da transmissão da direção de uma loja maçônica.
No campo místico ou esotérico, os sinais maçônicos tem o objetivo de estimular ou proteger determinados pontos sensíveis do organismo, tais como a cabeça, o peito e o baixo ventre.
Os chackras indicam algumas regiões do corpo humano,
protegidas ou estimuladas pelos sinais maçônicos.
Como elementos da Mitologia e da História Maçônica, os sinais secretos da Maçonaria pretendem relembrar ou homenagear importantes fatos da Tradição Maçônica, tais como a construção do Templo de Salomão, o Êxodo do Povo Hebreu, o o simbolismo da mensagem de Jesus Cristo, a tradição dos Cavaleiros Templários etc.
Por fim, os sinais secretos da Maçonaria também servem para relembrar ao maçom o seu compromisso com a Ordem Maçônica, tal como acontece nos quatros primeiros graus do Rito Escocês Antigo e Aceito.
Guardar o sigilo sobre os segredos maçônicos é um dos
compromissos assumidos nos primeiros graus da Maçonaria.
Os sinais secretos da Maçonaria possuem 3 origens principais:origens místicas ou esotéricas, origens históricas e origens mitológicas.
No Rito Escocês Antigo e Aceito são várias as origens mitológicas e históricas dos sinais maçônicos, especialmente nos Altos Graus (do Grau 4 ao Grau 33).
No Grau 31 (Grande Inspetor Inquisidor Comendador), o sinal do Grau refere-se à passagem do Antigo Testamento, na qual Moisés recebe de Yahweh, o Deus Único do Povo Escolhido, as tábuas de pedra que continham os 10 mandamentos (ou Tábuas do Decálogo) que serviriam como orientação moral ao Povo Escolhido.
As Tábuas do Decálogo foram recebidas no alto do Monte Sinai.
No Grau 30 (Cavaleiro Kadosh) o sinal do Grau está relacionado à mitologia que narra a vingança da Ordem dos Cavaleiros Templários, em razão da morte do seu Grão Mestre, Jacques DeMolay.
Dramatização sobre a morte de Jacques DeMolay No Grau 29 (Grande Escocês de Santo André), o sinal do Grau relembra a tradição cristã que narra a morte do apóstolo Santo André, padroeiro da Escócia.
No Grau 18 (Cavaleiro Rosacruz), o sinal do Grau refere-se à passagem do Novo Testamento na qual Jesus Cristo se autodenomina o Bom Pastor.
O símbolo do Bom Pastor é usado comumente
nas vestimentas eclesiásticas.
No Grau 14 (Perfeito e Sublime Maçom), o sinal do Grau está relacionado à passagem do Antigo Testamento na qual Yahweh, o Deus Único do povo hebreu, se apresenta ao patriarca Moisés na forma de uma sarça (arbusto) ardente.
O episódio da sarça ardente relata o momento em que Yahweh
orientou Moisés de como tirar do povo da escravidão no Egito.
No Grau 12 (Grão Mestre Arquiteto), o sinal do Grau refere-se à fase final da construção do 1º Templo de Jerusalém (ou Templo de Salomão).
O sinal do Grau 9 (Mestre Eleito do Nove) está relacionado ao mito maçônico que relata a equivocada vingança realizada por Johaben, em razão do assassinato do Mestre Arquiteto do Templo de Salomão, Hiram Abbiff.
Concluindo o estudo sobre os sinais secretos maçônicos e o Rito Escocês Antigo e Aceito.
Cada sinal maçônico foi criado a partir de um importante motivo e está ligado ao conjunto dos ensinamentos da Maçonaria.
Inicialmente é necessário afirmar que os sinais, gestos e posturas maçônicos são os elementos centrais na execução dos rituais maçônicos e marcam cada momento das suas cerimônias.
O gesto maçônico de entregar o malhete marca o
momento da transmissão da direção de uma loja maçônica.
No campo místico ou esotérico, os sinais maçônicos tem o objetivo de estimular ou proteger determinados pontos sensíveis do organismo, tais como a cabeça, o peito e o baixo ventre.
Os chackras indicam algumas regiões do corpo humano,
protegidas ou estimuladas pelos sinais maçônicos.
Como elementos da Mitologia e da História Maçônica, os sinais secretos da Maçonaria pretendem relembrar ou homenagear importantes fatos da Tradição Maçônica, tais como a construção do Templo de Salomão, o Êxodo do Povo Hebreu, o o simbolismo da mensagem de Jesus Cristo, a tradição dos Cavaleiros Templários etc.
Por fim, os sinais secretos da Maçonaria também servem para relembrar ao maçom o seu compromisso com a Ordem Maçônica, tal como acontece nos quatros primeiros graus do Rito Escocês Antigo e Aceito.
Guardar o sigilo sobre os segredos maçônicos é um dos
compromissos assumidos nos primeiros graus da Maçonaria.
Os sinais secretos maçônicos e o Rito Escocês Antigo e Aceito (Parte 3)
Dando continuidade aos estudos sobre os sinais secretos da Maçonaria e o Rito Escocês Antigo e Aceito.
O sinais secretos da Maçonaria possuem 3 origens principais: as origens místicas, as origens históricas e as origens mitológicas.
No que se refere às origens místicas, a primeira a ser destacada é aAntiga Tradição Hindú.
Os ensinamentos do Hinduísmo afirmam que no interior do corpo humano existem canais (ou nadis) por onde circula a energia da vida (ou prana).
Os pontos em que esses "canais da vida" se encontram são importantes centros de energia e recebem o nome de chakras.
Para o Hinduísmo, o mau funcionamento ou a obstrução dos canais da vida (ou nadis) provoca doenças físicas, mentais ou espirituais, as quais podem ser tratadas ou prevenidas estimulando ou protegendo os chakras através das mãos, de objetos ou de aparelhos.
No Rito Escocês Antigo e Aceito, os sinais secretos dos Graus Simbólicos são uma referência direta aos chacras laríngeo, cardíaco e pélvico.
Os tratamentos de saúde através dos chakras são reconhecidos na Medicina Ocidental como Terapias Alternativas.
A segunda importante origem mística dos sinais secretos maçônicos é a doutrina judaica da Cabala (ou Kaballah).
A Cabala ensina que o corpo humano é um pequeno universo (ou microcosmo), o qual pode ser representado simbolicamente pelaÁrvore da Vida (ou Árvore dos Sefirotes).
A Árvore da Vida é um diagrama que permite representar o Mundo
Espiritual, o Mundo Material, o Homem, além de outras manifestações divinas.
Na Cabala, os sefirotes (ou sefiras, ou sephiroths) são os pontos onde as Emanações da Energia Divina se manifestam nUniverso.
Quando usada para representar o corpo humano, a Árvore da Vida simboliza o Homem Primordial (ou Adão Kadmon). Nessa representação, 3 sefirotes coincidem exatamente com 3 partes do corpo humano, sendo por isso considerados misticamente importantes: o alto da cabeça, a região do coração e plexo solar, e o baixo ventre.
As três regiões onde se localizam os sefitores são
consideradas sagradas em diversas crenças.
Diversas tradições, religiões e ordem místicas utilizam apetrechos destinados a protegerem ou exaltarem a cabeça, o peito (ou plexo) e o baixo ventre.
No Rito Escocês Antigo e Aceito, alguns sinais secretos do Grau 3 (Mestre), do Grau 18 (Cavaleiro Rosacruz), do Grau 24 (Príncipe do Tabernáculo), do Grau 27 (Grande Comendador do Templo), doGrau 31 (Grande Inspetor Inquisidor Comendador) e do Grau 32 (Sublime Príncipe do Real Segredo), entre outros, indicam o estímulo ou a proteção da cabeça, do plexo solar e do baixo ventre.
Os sinais secretos maçônicos e o Rito Escocês Antigo e Aceito (Parte 2)
Dando continuidade ao estudo dos sinais secretos da Maçonaria.
Os sinais maçônicos praticados no Rito Escocês Antigo e Aceito tem suas origens: na Tradição Hebraica, no Rosacrucianismo, no Cristianismo, na Cabala, na Alquimia e no Hinduísmo, entre outras.
O primeiro ponto a ser abordado neste estudo é a questão das mãos. Neste aspecto é necessário destacar as antigas crenças sobre os lados esquerdo e direito do corpo.
Apesar de considerarem que ambos os lados têm a mesma importância, antigas tradições como o Rosacrucianismo, a Alquimia e a Cabala compreendem que, misticamente, o lado direito está associado à emissão de "energia", enquanto o lado esquerdo relaciona-se se à sua captação.
O quadro abaixo apresenta um resumo das características dos lados direito e esquerdo.
A Antiga Alquimia considerava que, inicialmente, Adão era um ser andrógino, cujo lado esquerdo era feminino e o lado direito, masculino, tal qual o deus Purusha, do Hinduísmo.
Na Mitologia Grega, a deusa Têmis (ou Themis) acolhe as demandas judiciais com o lado esquerdo e aplica as sanções penais com lado direito.
Em algumas tradições de fundamento feminino, como o culto afro das Yabás e a tradição celta de Wicca, é comum a exaltação do lado esquerdo (feminino) do corpo.
Obá é uma orixá guerreira, ligada à água, pertencente
ao culto das Yabás. Observe a posição da espada e do escudo.
Diversos ritos e graus maçônicos utilizam o misticismo da lateralidade para reforçar o caráter masculino da Maçonaria. Deste modo, na realização da maioria sinais secretos, o lado direito do corpo (especialmente braços, pernas e mãos) tem o papel principal, enquanto o lado esquerdo apenas complementa os movimentos.
No gesto da benção, a mão esquerda
complementa a ação da mão direita.
No Rito Escocês Antigo e Aceito, o lado direito do corpo tem papel principal nos sinais secretos do Grau 1 (Aprendiz), Grau 2 (Companheiro), Grau 3 (Mestre), Grau 4 (Mestre Secreto), Grau 6 (Secretário Íntimo), Grau 7 (Preboste e Juiz),Grau 9 (Cavaleiro Eleito dos Nove), Grau 10 (Cavaleiro Eleito dos Quinze), Grau 12 (Grão Mestre Arquiteto), Grau 14 (Grande Eleito), Grau 15 (Cavaleiro do Oriente), Grau 16 (Príncipe de Jerusalém), Grau 17 (Cavaleiro do Oriente e do Ocidente), Grau 18 (Cavaleiro Rosacruz), Grau 19 (Grande Pontífice), Grau 20 (Soberano Príncipe da Maçonaria), Grau 21 (Noaquita), Grau 23 (Chefe do Tabernáculo), Grau 25 (Cavaleiro da Serpente de Bronze), Grau 26 (Príncipe da Mercê), Grau 27 (Grande Comendador do Templo), Grau 28 (Cavaleiro do Sol), Grau 29 (Grande Cavaleiro Escocês de Santo André), Grau 30 (Cavaleiro Kadosh) e Grau 32 (Sublime Príncipe do Real Segredo).
Os sinais secretos maçônicos e o Rito Escocês Antigo e Aceito (Parte 1)
A Maçonaria e, de forma semelhante, as organizações militares e religiosas, realizam suas cerimônias obedecendo a uma seqüência pré-definida de eventos, que incluem gestos, palavras, músicas e outras ações, as quais, no conjunto, são chamadas de ritual.
Nas organizações militares, a cerimônia de juramento à Bandeira Nacional e a de troca de Comando possuem rituais próprios, estabelecidos pela legislação militar.
Nas organizações religiosas, o casamento budista, a oração muçulmana durante o Ramadã e a Eucaristia são desenvolvidos segundo um ritual específico.
Os rituais maçônicos descrevem como devem ser executados osgestos cerimoniais, os quais são caracterizados por posturas e sinais próprios da Tradição Maçônica.
As posturas e os sinais maçônicos são realizados tanto nascerimônias públicas (anteriormente chamadas Festas Brancas) quanto nas cerimônias reservadas exclusivamente aos maçons (sessões de iniciação, de instrução, entre outras). Sendo assim, existem gestos maçônicos secretos e gestos maçônicos não secretos.
O modo de sentar durante as reuniões maçônicas e o modo do Venerável Mestre empunhar o malhete são gestos tipicamente maçônicos, porém não secretos.
Durante as cerimônias públicas, os gestos maçônicos adotam movimentos oriundos principalmente das tradições militares e das práticas profanas comuns.
A formação da Abóbada de Aço, a forma de empunhar as espadas
e o modo de conduzir o Pavilhão Nacional são gestos não secretos,
provavelmente oriundos das tradições militares.
A Bíblia Sagrada
A Bíblia Sagrada (para os maçons: o Livro da Lei) é a principal coleção de textos sagrados do Cristianismo. Essa coleção está dividida em duas partes: o Antigo Testamento (Bíblia Hebraica, Escrituras Hebraicas ou Antiga Aliança) e o Novo Testamento (Nova Aliança).
As Escrituras Hebraicas eram inicialmente confeccionadas pelos escribas
em rolos de pergaminhos feitos com peles de animais.
O Antigo Testamento, que foi escrito em hebraico e aramaico, é o conjunto de livros bíblicos anteriores aos Evangelhos. Refere-se, em grande parte, à história, à filosofia e à cultura do antigo povo de Israel, cuja saga tem início com o seu primeiro filho (Adão).
O Novo Testamento, que foi todo escrito em grego, é o conjunto do livros bíblicos posteriores à morte de Jesus Cristo e está dirigido exclusivamente aos cristãos.
O Novo Testamento tem como temática central a pessoa Jesus Cristo, suas doutrinas e as histórias sobre sua vida (Evangelhos).
Didaticamente, o livros bíblicos podem ser organizados da seguinte forma.
Quando, no ano 70 da Era Cristã, os hebreus foram expulsos de seu territórios pelos romanos e espalhados para várias regiões da Ásia e da Europa (Segunda Diáspora Judaica), viram a necessidade de traduzirem o Antigo Testamento para a língua universal daquela época: o grego. Nessa tradução foram acrescentados alguns livros ao Antigo Testamento que não constavam na Bíblia Hebraica (Livros Deuterocanônicos). Essa é a única diferença entre a Bíblia Católica (com os acréscimos) e a Bíblia Protestante (sem os acréscimos), pois o Novo Testamento é igual nas versões católica e protestante do Livro da Lei.
A leitura do Livro da Lei, especialmente as Escrituras Hebraicas, possibilita ao maçom entender o conteúdo das doutrinas dos Graus Simbólicos (do Grau 1 ao Grau 3), dos Graus Inefáveis (do Grau 4 ao Grau 14), dos Graus Capitulares (do Grau 15 ao Grau 18) e dos Graus Filosóficos (do Grau 19 ao Grau 30).
Analisar o Antigo Testamento permitirá, entre outros aspectos, facilitar o entendimento sobre:
- a construção e a organização dos trabalhos no Templo do Rei Salomão, em Jerusalém (Graus Simbólicos e Graus Inefáveis);
- a organização, o funcionamento e a decoração do Tabernáculo Hebreu (Graus Inefáveis);
- as relações do povo hebreu com Nabudonozor e com Ciro, rei da Pérsia (Graus Capitulares e Graus Filosóficos);
- a organização jurídica e militar do povo hebreu (Graus Inefáveis).
- a vinda da Jerusalém Celestial (Graus Filosóficos).
O cativeiro hebreu, Hiram Abbiff, o Templo de Salomão, a Jerusalém Celestial e o Tabernáculo são elementos bíblicos estudados no Rito Escocês Antigo e Aceito.
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